Você já ouviu falar do Real Digital?

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Os testes da nova moeda já estão em andamento no Brasil.

Nesta segunda-feira (5), o Banco Central iniciou os testes do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas do real digital: o LIFT Challenge. Nesta etapa, serão levantadas questões relativas à implantação da moeda digital, visando desenvolver um produto minimamente viável (MVP) que atenda ao foco do projeto.

Foto: divulgação.

A novidade faz parte do processo do BC de digitalização da economia brasileira para acompanhar os avanços tecnológicos, e se preparar para a chamada Web 3.0, nova fase da internet baseada em blockchain, que é o sistema de registros em cadeia. Mas o que é real digital, e como essa moeda se difere do real atual?

O real digital é uma Central Bank Digital Currency (CBDC), ou Moeda Digital emitida pelo Banco Central, que visa digitalizar processos cotidianos. A moeda brasileira vai facilitar transações financeiras no ambiente virtual, sem que o dinheiro físico esteja envolvido nas operações.

O LIFT Challenge Real reúne um público qualificado de participantes do mercado que avaliarão os casos de uso e viabilidade tecnológica da nova moeda. Conforme os resultados dos testes, a fase piloto com participação de parte da população deverá ser iniciada em 2023.

A CBDC brasileira será utilizada por meio de uma carteira digital que será de responsabilidade de outro banco, ou instituição financeira, autorizado pelo Banco Central. A moeda poderá ser utilizada em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de conversão — estimulando a inovação da economia e inibição da lavagem de dinheiro.

A novidade também permitirá contratos financeiros mais eficientes através da blockchain. Segundo o Banco Central, além dos novos usos de utilização do dinheiro exclusivos do real digital, os atuais meios também estarão disponíveis, como PIX, saque de dinheiro, pagamentos e transferências no geral.

Para a equipe à frente do trabalho, “Independentemente de onde esteja depositada, a moeda virtual é de total responsabilidade do Banco Central — enquanto o dinheiro atual é de responsabilidade da instituição financeira onde a pessoa possui uma conta”.

Segundo o coordenador do real digital no BC, Fábio Araújo, “a moeda virtual é a expressão do real dentro do ambiente de finanças no Web3. Os sistemas atuais, onde são feitos os registros do PIX, ou depósitos bancários, são sistemas centralizados e por isso ficam de fora das blockchains, onde estão os ativos digitais”, complementa.

Araújo ainda aponta que o início da rede 5G de telefonia favorecerá as novas tecnologias. Para ele, ao reduzir custos e aumentar a agilidade, abre-se o potencial para a criação de novos negócios, assim como aconteceu com o PIX.

O Banco Central planeja que a moeda virtual ajude a baratear custos de operações bancárias e aumentar a inclusão dos consumidores no novo mercado financeiro. O economista completa dizendo que espera “trazer pro mercado de crédito e investimento pessoas que hoje estão fora desse mercado. Que você tenha um ganho de eficiência para poder levar produtos para uma parcela maior da população brasileira”, explica.

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