Empresários apontam Reforma Tributária como prioridade no próximo governo
Mais da metade defende que a geração de empregos no País depende de mudanças na tributação das empresas.
A maioria dos empresários brasileiros considera que uma reforma tributária é a principal medida que deve ser tomada pelo próximo governo para que o país consiga gerar empregos. Uma pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta quinta-feira (15), mostra que os empresários consideram o modelo atual complexo e ineficiente, o que freia o avanço econômico do país.
Para 48% dos executivos, é preciso reduzir os impostos sobre a folha de pagamento e 35% apontam a necessidade de fortalecer a capacitação profissional.
“O complexo e oneroso sistema de cobrança de impostos do país inibe a produção de todos os setores econômicos e dificulta a geração de empregos e de renda para os brasileiros. A Reforma Tributária é fundamental para acelerar o ritmo de crescimento da economia e, por isso, deve ser uma prioridade para o próximo governo”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A alta carga tributária também preocupa, já que o Brasil é o segundo país que mais tributa empresas no mundo, de acordo com pesquisa da CupomValido.com.br. A pesquisa, realizada com dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 111 países, apontou que o Brasil fica atrás apenas de Malta e que, em média, as empresas pagam cerca de 34% na alíquota de impostos.
O valor está 70% acima da média mundial e o país faz parte de um grupo de 18 países cujo valor da alíquota supera os 30%. A média mundial, de 20%, é superada nos Estados Unidos (25%), Canadá (27%) e Japão (30%).
Apesar de 48% dos entrevistados classificarem a situação econômica do país como ótima ou boa, 43% também apontam a redução dos impostos como medida prioritária do próximo governo nos dois anos seguintes e 28% preferem a simplificação tributária.
Além disso, a grande maioria deles (70%) está otimista com a economia brasileira, e diz que deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos.
“As discussões em torno da Reforma Tributária avançaram no país e hoje temos um inédito consenso em relação à importância e urgência dessa agenda. O texto em tramitação no Congresso Nacional, a PEC 110, é resultado de um amplo debate, com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade e especialistas”, avalia o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
“Há uma expectativa dos empresários industriais em relação à prioridade que será dada ao tema no próximo governo. Aprovar a Reforma Tributária, com adoção de um sistema de tributação do consumo que seja mais moderno, eficiente e alinhado ao padrão mundial, é um passo fundamental para aumentar a competitividade das empresas e, assim, acelerar o ritmo de crescimento da economia, gerando mais empregos e renda para os brasileiros”, conclui.
A pesquisa mostra, ainda, que os empresários reconhecem a relevância da formação dos jovens brasileiros para o crescimento da indústria e para o desenvolvimento do país. Para um em cada 3 entrevistados, a Educação deve ser a principal prioridade do presidente eleito nos próximos quatro anos. Foi o tema mais citado pelos executivos como primeira e segunda principal prioridade do país.
O segundo tópico mais citado para ser a prioridade do governo a partir de 2023 foi Saúde Pública (26%) e na terceira posição aparece crescimento econômico, tendo sido apontado por 20% dos entrevistados como primeira ou segunda principal medida. Em seguida, redução de impostos (14%) e geração de emprego (12%).
Prioridades para os próximos 4 anos
Reprodução/CNI.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou, por telefone, executivos de 1.001 empresas industriais de pequeno, médio e grande portes, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas industriais desses portes em todos os estados brasileiros.
Dentro de cada região, a amostra foi controlada por setor de atividade. As entrevistas foram realizadas entre 10 e 24 de agosto de 2022. Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%.
Fonte: R7.