Transplantes no Ceará voltam a crescer

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O estado havia caído 3 posições no ranking nacional, por conta da covid-19, mas reinicia uma recuperação.

O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido `a população, por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no País. Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande. 

No Ceará, os dois anos iniciais da pandemia causaram a queda da doação de órgãos, segundo a Secretaria da Saúde, mas o quadro começou a mudar, pois entre janeiro e julho, deste ano, 133 doações efetivas foram feitas, ante as 83 do mesmo período em 2020.

O aumento de 60%, no entanto, poderia ser maior, já que em média 3 a cada 10 famílias recusam conceder os órgãos dos pacientes falecidos. Os dados de doações e transplantes da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) estão disponíveis na plataforma IntegraSUS. Já o balanço das entrevistas para doação é da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Do início do ano até junho, foram realizadas 266 abordagens com famílias de potenciais doadores de órgãos, mas 85 (32%) recusaram o pedido. Esse é um dos fatores ligados à espera angustiante de quem precisa de um órgão para sobreviver. “É bem verdade que a Covid impactou muito, até porque havia uma prioridade das pessoas que tinham de ser assistidas, mas hoje com isso controlado a gente pede que voltem a doar”, explica Elodie Hyppolito, médica hepatologista e coordenadora da campanha Doe de Coração 2022.

O Ceará registrou 1.061 pacientes ativos na fila de espera para transplante de órgãos, sendo a maior demanda, com 908 casos, por rim. Na sequência, vem fígado (124) e pulmão (7), como detalham os dados da ABTO. O Estado, contextualiza Elodie, já ocupou a 2ª colocação no maior número de doações de órgãos, mas caiu para a 5ª posição esse ano.

“Tivemos uma pequena recuperação agora, mas estamos longe dos números desejados. O ideal é que a gente tenha um índice de doação de 40 doadores por 100 mil habitantes para atender a demanda de necessidade e evitar a fila de transplante”, detalha.

Na lista de maiores doações estão São Paulo (453); Paraná (230); Rio de Janeiro (173); Santa Catarina (139); Ceará (115); Minas Gerais (115); Rio Grande do Sul (96); e Pernambuco (65). Apesar da 5ª posição, o Ceará ainda contribui para o transplante de pacientes vindos de outros lugares do País, como acrescenta Elodie.

“O Ceará é referência nos transplantes de órgãos, especialmente, no transplante de fígado, e isso se deve à generosidade do povo cearense. Hoje, 60% dos pacientes transplantados no Estado vêm de outros lugares do Nordeste e do Norte”, completa.

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