Falta medicamentos em 98% dos municípios no Ceará
O levantamento foi realizado pela Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), que ouviu 112 dos 184 municípios.
Uma pesquisa realizada pela Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) mostrou que 98% dos municípios no estado convivem com a falta de medicamentos dos componentes básicos da assistência farmacêutica. O levantamento considerou 112 dos 184 municípios cearenses, o que representa 61% do total. A Aprece aguarda o processo de finalização para a publicação da pesquisa, esperada para outubro. Simultaneamente à pesquisa informada pela Aprece, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) também divulgou que 65,2% dos municípios em todo o País enfrentam falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde.
Na lista de remédios em falta no Ceará estão a amoxicilina + clavulanato de potássio, também a gliclazida, dipirona, loratadina, azitromicina, ácido fólico, salbutamol, cefalexina, ibuprofeno, captopril e diazepam. A Aprece relatou que a pesquisa começou a ser desenvolvida para compreender a falta de medicamentos e insumos no Ceará, além de apontar a defasagem financeira do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) por parte da União.
Além disso, 83% dos municípios ouvidos relatam a falta de insumos básicos referentes à Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Dentre os insumos citados estão preservativos masculino e feminino, hipoclorito de sódio, seringas, álcool etílico, lancetas para punção e agulhas para caneta aplicadora de glicose.
Em relação aos Componentes Especializados da Assistência Farmacêutica (Ceaf) mais requisitados, 98% alegaram falta. O Ceaf é uma estratégia de acesso a medicamentos, no âmbito do SUS, para doenças crônico-degenerativas, inclusive doenças raras, como olanzapina, hemifumarato de quetiapina, levetiracetam, clozapina e risperidona.
Em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirma que alguns medicamentos estão com estoque indisponível ou insuficiente. A pasta diz ainda que adota medidas que garantam a saúde da população e que, de acordo com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), há uma dificuldade nacional de aquisição de alguns insumos para atenção primária à saúde.
Fonte: O Povo.