Redação do Enem segue como um dos momentos de maior tensão do exame
Estar atualizado e por dentro de temas variados, muitos deles apontados pela imprensa, pode ajudar na hora da prova.
Considerada uma das partes fundamentais da preparação para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a prova da redação ainda põe medo em muitos estudantes. Com valor máximo atribuído de mil pontos, a prova é independente do TRI, o sistema de pontuação que rege as outras provas do Enem, que são objetivas. Portanto, se preparar para fazer uma boa redação e pontuar nos números mais altos é essencial.
A escrita da redação Enem, feita em estilo dissertativo-argumentativo, segue uma série de regras estabelecidas pela entidade que elabora a prova, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Este ano, diversos assuntos estiveram na pauta de redações jornalísticas, o que acaba por servir de ponto de partida para a instituição que elabora o conteúdo das provas.
Entre os muitos assuntos que podem virar redação, o impacto da pandemia de coronavírus na educação, é um deles. A doença fez com que as escolas do Brasil e do mundo fechassem a portas, transferindo o processo educacional para a esfera digital. Dois anos depois e, no início deste ano, crianças e adolescentes começaram a retornar presencialmente para o ambiente escolar.
Dados de um relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021 mostram que, dos alunos com entre 15 e 17 anos de idade, ou seja, no Ensino Médio, matriculados na rede pública, 55% não tinham acesso à internet ou possuíam equipamento para acompanhar as aulas. Já na rede particular, 90% dos alunos tinham condições de ter aulas à distância.
O crescimento econômico na pós-pandemia, também tem sido um assunto bastante discutido, pois a economia global foi muito impactada pelo fechamento às pressas de estabelecimentos e negócios durante os dois primeiros anos da pandemia. O desemprego e a fome são algumas das consequências visíveis do manejo econômico em 2020 e 2021.
A taxa de emprego está em alta, o Produto Interno Bruto (PIB) vem crescendo, e medidas de controle da inflação exercem efeitos perceptíveis no comércio e no consumo. Nos últimos três exames aplicados no governo Bolsonaro, nenhum tema pautou a economia, tornando esta uma possível temática.
O 5G é a evolução do sinal de dados móveis disponibilizados pelas operadoras de telefonia do Brasil, que a partir de julho de 2022 está disponível para usuários em pelo menos 15 capitais. O acesso chega mais de três anos após o início da distribuição do sinal em outros países, devido às normas regulatórias do Brasil.
A chegada da tecnologia, que substitui o 4G, superando-o em velocidade por quase oito vezes, esteve cercada de polêmicas sobre a origem do sinal e questões geopolíticas envolvendo o governo chinês e os países ocidentais. Pautas de tecnologia também são bastante cotadas, por envolverem também economia, política e sociedade.
A pauta de saúde mental já foi abordada no Enem, na edição de 2020, cujo tema da redação foi: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Apesar disso, a educação socioemocional e pautas relacionadas ao convívio no ambiente escolar e o bullying, termo que denomina os maus-tratos sofridos na escola, ainda são muito comentadas por veículos da mídia.
Um levantamento feito pelo IBGE, publicado em 2022, revelou que 40% dos adolescentes já sofreram bullying, que envolve também as práticas de intimidação e provocação. Os números foram publicados na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE): Análise de indicadores comparáveis dos escolares do 9º ano do ensino fundamental – Municípios das Capitais – 2009/2019.
No começo deste ano, diversos casos envolvendo violência, times de futebol e rivalidades esportivas vieram à público. Dentro e fora dos estádios, ataques aos ônibus oficiais, invasões de campo, brigas nas arquibancadas e confrontos entre torcidas deturpam o sentido e o significado da prática esportiva.
O Estatuto de Defesa do Torcedor, estabelecido por lei (nº º 10.671/2003), determina o direito que todos os torcedores brasileiros possuem de frequentar partidas esportivas sem serem sujeitados à violência e à depredação. De acordo com o texto da lei, “promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos” pode resultar em pena de um a dois anos de reclusão.
Em março, diversos veículos de mídia do Brasil produziram matérias sobre a escalada da violência em ambientes de torcida esportiva, ou até mesmo em locais públicos, sem afiliações. A impunidade é indicada como o fator agravante da falta de melhora no cenário.
Fonte: O Povo.