Pedrada na cabeça e roubo de moto
Sobralito se depara com mais uma história de assalto em Sobral
Sobralito brincava na casa de uma tia, no Bairro Terrenos Novos, ainda cedo da noite, quando um vizinho chegou, todo preocupado, dizendo que um professor conhecido na cidade tinha sido assaltado.
— Foi tudo muito rápido. O professor vinha do Centro, em direção ao Bairro Cohab III, quando foi acertado na cabeça por uma pedra imensa, jogada pelos ladrões; ali, na caixa-d’água do Junco. Não faz nem meia-hora.
Disse o homem, ainda tremendo, dos pés à cabeça.
— E você viu tudo, Zezão?
Perguntou a mãe de Sobralito, enquanto colocava mais uma cadeira na calçada para se inteirar do assunto.
— Sim. Eu ia passando do outro lado da pista. O professor Carlos passava bem devagar de moto, quando dois homens pularam na frente dele e anunciaram o assalto. A pedrada veio em seguida. Coitado do homem. Ficou todo ensanguentado. Ainda tentou resistir, mas um dos homens gritou que o outro atirasse. Com medo, o professor correu.
Nesse momento, dona Carla, tia de Sobralito, já oferecia um copo de água com açúcar ao vizinho que ainda tremia feito vara verde. Sobralito só escutava tudo, já no colo da mãe.
— E o que aconteceu depois, homi? O rapaz foi socorrido?
— Foi, sim. Chamaram a Polícia, o professor foi levado, também ao hospital. Fizeram curativo e tudo. Já está em tudo o que é blog da cidade.
Disse o homem, já emendando uma conversa na outra, contando tantos outros casos de roubos e assaltos à mão armada, na cidade, que deixavam condutores de motocicletas a pé. Uma tristeza, principalmente, para o trabalhador, que tem o único veículo que serve para o trabalho e a família.
Enquanto os relatos ganhavam força e juntavam mais gente na calçada da tia de Sobralito. O menino já abria um blog, daqueles bem sensacionalistas, em busca de mais informações. Não demorou e a foto do professor surgia nas mãos do menino.
Todos correram para ver. Na imagem, o homem sentado ao lado de amigos e com a cabeça enfaixada. Algumas manchas de sangue se espalhavam pela camiseta e pescoço. O olhar, ainda, era de espanto, impotência e medo, diante deum ataque que, muitas vezes, não levava apenas um bem material.
Ao lado, uma foto da motocicleta roubada e pedidos de ajuda para que o professor tivesse sua moto de volta. Na calçada, o burburinho era grande, e cada um contava uma história parecida, com o que ocorrera com um parente, um amigo, ou a própria pessoa.
Todos ali eram vítimas, ou seriam, infelizmente.