PF faz megaoperação contra contrabando de agrotóxico
A Operação nacional ‘Terra Envenenada’ envolve 200 policiais federais, que cumprem 58 mandados judiciais em cinco estados.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã dessa quinta-feira (20), a Operação Terra Envenenada, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que vinha atuando na importação, transporte e comercialização de cigarros e agrotóxicos contrabandeados em todo País.
Foram mobilizados cerca de 200 policiais federais para o cumprimento de 58 mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra (PR), sendo 34 de busca e apreensão e 24 de prisão preventiva, nas cidades de Mundo Novo (MS), Terra Roxa (PR), Umuarama (PR), Amaporã (PR), Alto Piquiri (PR), Iporã (PR), Jardim Alegre (PR), Campo Mourão (PR), Nova Prata (RS), Palmas (TO) e Luís Eduardo Magalhães (BA).
A investigação durou cerca de sete meses. A PF identificou que um número expressivo de carregamentos de cigarros e agrotóxicos, ilegalmente importados, estavam vinculados com as atividades da quadrilha.
A organização se dividia em três camadas: a primeira era baseada em Terra Roxa (PR), onde residiam os principais líderes e integrantes operacionais do grupo, responsáveis por trazer para o Brasil o agrotóxico pelo Rio Paraná. O bando armazenava o produto em chácaras e sítios da região.
A segunda camada da organização era composta por intermediários, sediados em municípios um pouco mais afastados da fronteira. Eles tinham a incumbência de prospectar a demanda e promover o transporte e segurança das mercadorias. O terceiro grupo era composto basicamente por empresas agropecuárias, que adquiriam os agrotóxicos dos contrabandistas para revenda.
Além do bando efetuar a distribuição dos produtos ilícitos no oeste do Paraná, também foram identificados grandes carregamentos dos produtos contrabandeados sendo entregues a empresários nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.
Segundo a PF, as atividades criminosas promoveram forte enriquecimento dos integrantes permitindo a compra de imóveis, automóveis, entre outros bens de alto valor. Portanto, além dos mandados de busca e de prisão preventiva, a operação tem como objetivo descapitalizar a organização criminosa, tendo sido determinado o sequestro de bens móveis e imóveis ligados a 36 investigados e o bloqueio de contas em nome das pessoas físicas e jurídicas vinculadas, em especial dos líderes.
Os envolvidos deverão responder por contrabando, comércio e transporte de agrotóxicos em descumprimento às exigências estabelecidas na legislação pertinente e participação em organização criminosa. Esses crimes possuem penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 16 anos de prisão.
Fonte: Metrópoles.