Tiro que matou estudante em Sobral foi acidental, diz laudo

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Único disparo, de dentro de uma mochila, teria atingido três estudantes enfileirados em sala de aula.

Um aluno morto e mais dois feridos, por acidente. A arma usada no disparo dentro da Escola Carmosina Ferreira Gomes, no Sumaré, periferia de Sobral, pertencia a um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). A Polícia Civil concluiu que o adolescente que estava na escola e atirou na cabeça de um estudante de 15 anos efetuou um único disparo e “não intencional”. Segundo o laudo da investigação, “o aluno levou a arma para sala de aula para se proteger de bullying, e o disparo ocorreu com a arma ainda dentro da mochila”. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (27).

Aluno morto, após ser baleado por colega de classe na Escola Carmosina Ferreira Gomes (Foto: Internet).

Três estudantes que estavam na mesma fila foram atingidos; dois deles sofreram ferimentos leves e receberam alta. O estudante Júlio César de Souza Alves (15) morreu em 8 de outubro, três dias após o tiroteio. Os adolescentes baleados não eram os que praticavam bullying, conforme o laudo.

Ainda, de acordo com as investigações, o jovem levou a arma para o colégio como forma de se proteger do bullying que sofria. Entretanto, as vítimas atingidas não eram as pessoas que praticavam tal ato contra o infrator.

O resultado do laudo, que aponta o disparo como acidental, já havia sido ventilado pelo diretor da Escola, Jorge Célio Aguiar, em entrevista ao programa Conexão Paraíso, veiculado pelo Sistema de Comunicação Paraíso no dia 13, deste mês. Ao longo da conversa com o jornalista Luciano Cléver, o diretor dizia acreditar ter sido acidental o tiro que atingiu os três adolescentes.

Uma semana pós o ataque, e três dias após a morte do estudante, na Santa Casa de Sobral, a escola abria suas portas com apoio de um assistente social e um psicólogo, na entrada e saída de alunos, no retorno às aulas. No dia 19, deste mês, a Polícia Civil prendeu, Antônio Felipe de Sousa (33), dono da arma de fogo. Os policiais cumpriram mandado de prisão temporária e busca e apreensão. Sousa segue à disposição da Justiça.

Ainda, segundo as investigações, o dono da arma negociou diretamente com o estudante, por meio do WhatsApp. Antônio Felipe tinha o registro de CAC, “e tentou vender a arma, inicialmente, para membros de um clube de tiros de Sobral; em seguida, ofertou para o garoto de 15 anos, detido por infração análoga ao crime de homicídio”, relata a Polícia.

No depoimento, o CAC afirmou que a arma havia sido roubada, quando estava no interior de seu veículo. No entanto, segundo o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Márcio Gutierrez, responsável pela investigação do caso, Antônio teve “diversas contradições no depoimento”, reforça.

Uma das contradições, conforme a Polícia Civil, é que o proprietário ainda negociava a venda da arma, após a data em que ele cita o suposto roubo. O delegado acrescenta que “o adolescente estava em posse da arma, bem antes do dia do crime”.

Durante a coletiva de imprensa, o delegado disse que, “com base nessas contradições e na possibilidade de ele estar descartando provas e atrapalhando as investigações, a Polícia Civil representou por esse mandado de busca e apreensão e, também, de prisão temporária”, afirmou Gutierrez.

O proprietário da arma ficará preso por 30 dias, sem direito a fiança. “Se a autoridade policial entender que é necessária uma extensão, ele vai representar ou pela conversão desse mandado para prisão preventiva ou então pela extensão desse mandado por mais 30 dias”, destacou o delegado.

Fonte: PortalCGMais.

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