Demissão em massa

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O mercado que consome vidas.

Deitado numa rede, na varanda, Sobralito rolava a ‘time line’ do celular em busca de novidades para seu podcast. De repente, uma notícia chama sua atenção: Meta, empresa dona das maiores redes sociais do mundo, demite cerca de 11 mil funcionários.

O menino, ao ler o conteúdo, fica assustado. Até ali, ele não tinha ideia que, no mundo dos negócios, no famigerado mercado, vidas estão dispostas nas prateleiras, assim, como qualquer mercadoria. E esse valor da mão-de-obra pode, por conta das oscilações de ganhos e perdas de dinheiro das grandes corporações, cair.

Durante a pandemia de covid-19, onde os ricos ficaram ainda mais ricos, em diversos setores, os que comercializam comunicação, então, ficaram mais confortáveis, num patamar inalcansável para o restante do mundo. E naquele momento, Sobralito pensava em como uma só pessoa poderia decidir sobre o futuro de 11 mil outras pessoas. Quem fica e quem vai.

O menino tentava imaginar quantos milhões de dólares seriam pagos em direitos trabalhistas, e como isso afetaria a gigante da comunicação mundial, que já tinha engolido outras grandes empresas, e seguiria consumindo tudo ao seu redor, se tivesse oportunidade.

Enxugar a folha de pagamentos, diminuir custos, refazer cálculos, redimensionar expectativas, apertar o cinto, intuir os passos seguintes, encarar a queda de ações na Bolsa de Valores, enfim, tudo o que a empresa fazia ou planejava fazer, dentro das perspectivas mostradas na reportagem, pareciam para o menino, uma viagem de montanha russa, num sobe e desce desenfreado, cheio de curvas, onde nem todo mundo saía ileso. Milhares, até, eram jogados longe.

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