Brasil terá trajetória sustentável de crescimento, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto
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Evento de empresários também contou com ex-presidentes do BC.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto disse, nessa terça (15), que a velocidade de resposta dada pelo Brasil, em meio ao contexto de crise mundial, associada ao “plano coeso com responsabilidade fiscal” levará ao início de uma trajetória sustentável de crescimento econômico, com juros baixos. A expectativa, acrescentou, é de que o cenário externo colabore para essa melhora.

A afirmação foi feita durante o Lide Brazil Conference, em Nova York (EUA), evento que debate o cenário do país para os próximos anos, do ponto de vista da economia, da democracia e da liberdade.

O painel contou com a participação do atual presidente e dos ex-presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles e Pérsio Arida, que atualmente integra a equipe técnica de transição do governo Lula. Contou também com a participação do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

Campos Neto iniciou o discurso falando sobre os efeitos da pandemia no cenário mundial e, especificamente, no Brasil. A chegada da pandemia, disse o presidente do BC, “levou vários países a projetarem uma “grande depressão. No entanto, graças ao efeito coordenado, articulado entre diversos países, a depressão acabou ficando moderada”, disse.

Em meio a esse processo, “as economias tiveram dificuldade de entender efeitos e implicações. Vimos que preços de bens subiram muito e não voltaram até hoje. E que [o setor de] serviços caiu muito, mas começou a voltar”. Campos Neto disse ainda que, nesse contexto, “o BC atuou rápido e foi o primeiro a subir juros. Provavelmente o mundo externo vai começar a ajudar. Entendemos que, [mantendo] um plano coeso com responsabilidade fiscal vamos iniciar uma trajetória sustentável, com juros baixos”, disse.

Já em sua fala, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que o Brasil tem “experimentado crescimento medíocre nas últimas décadas”, e que o país “não pode se acostumar com isso”. “Na última década crescemos, por ano, em media, 0,5%. Não podemos seguir assim. Temos de olhar para a frente, buscando consenso, serenidade e ânimo”, afirmou.

O ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do BC Pérsio Arida elogiou a “firme defesa do STF [Supremo Tribunal Federal] em prol da democracia”. Ele defendeu também o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e políticas sociais.

“Vimos que políticas sociais feitas sem responsabilidade fiscal acabaram inviabilizando as próprias políticas sociais. Vimos também o inverso disso: políticas fiscais que, sem viabilizarem políticas sociais, acabaram inviabilizadas por resultarem grita e insatisfação por parte da população. A ideia é avançar nos dois fronts”, disse o economista que integra a equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agência Brasil: Kelly Oliveira.

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