Republicanos não autorizou relatório do PL que contesta votos em urnas de modelos antigos
Presidente da legenda, deputado Marcos Pereira (SP), disse que vai recorrer da decisão de Moraes que bloqueia verba partidária.
O Republicanos vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão do presidente da corte, Alexandre de Moraes, que bloqueou as verbas partidárias da coligação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida é uma punição aplicada pelo ministro ao Partido Liberal devido ao pedido para que os votos no segundo turno em urnas de modelos anteriores a 2020 fossem desconsiderados.
O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), confirmou a informação ao R7 e argumentou que a penalidade não deveria recair sobre o partido, já que o resultado das urnas não foi contestado pela legenda. “Como reconhecemos a eleição, não há motivo para bloquear o nosso fundo”, disse.
Nesta quarta-feira (23), Moraes negou o pedido feito pelo PL e aplicou multa de R$ 22,9 milhões ao partido. O bloqueio do fundo partidário foi estendido para toda a coligação de Bolsonaro, o que inclui o Republicanos e o Progressistas.
Na justificativa, o ministro considerou que o partido agiu por litigância de má-fé e classificou o pedido como “esdrúxulo e ilícito, ostensivamente atentatório ao Estado democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e antidemocráticos”.
À reportagem, Pereira lembrou de declarações públicas que fez pelas redes sociais reconhecendo a vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia do resultado. “Apoiamos o presidente Bolsonaro até o último minuto, trabalhamos, mas, nas urnas, o povo escolheu. As urnas são soberanas, não há por que duvidar do resultado”, completou.
Progressistas
Partido também impactado com a decisão, o PP também afirmou que irá recorrer. A justificativa é a de que a legenda não autorizou a ação. “Não tivemos nenhuma participação nesse processo, sequer fomos intimados ou citados e como podemos ser penalizados?”, questionou o presidente em exercício do Progressistas, deputado Claudio Cajado (BA).
O deputado ainda argumentou que “faltou intimação dos partidos da coligação (Progressistas e Republicanos) para se manifestarem” e enfatizou que a ação foi protocolada pelo PL em nome da coligação, mas sem a participação dos outros partidos.
Segundo a análise do PP, os poderes de Valdemar Costa, presidente do PL, como representante da coligação, só valem até a eleição. “As eleições já terminaram e o resultado foi admitido pelos presidentes dos partidos”, completou. A legenda quer oportunizar o contraditório e a ampla defesa da agremiação.
Fonte: R7