Oftalmologistas orientam sobre cuidados com os olhos
Por conta da exposição ao sol e às telas, as férias podem levar à incidência de doenças oculares.
Com a chegada das férias, é comum que as pessoas fiquem por mais tempo expostas ao sol nas praias ou em frente às telas em casa. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados com a saúde, inclusive a dos olhos. O POVO conversou com especialistas para orientar sobre formas de se proteger de patologias oculares durante esse período.
O médico oftalmologista e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Giuliano Veras, explica que o sol causa várias lesões aos olhos, o que deixa margem para problemas nos olhos.
“Há várias possibilidades de desenvolvimento daquela “carninha” chamada pterígio – que é uma alteração na membrana transparente do olho. Assim como essa exposição também pode aumentar a velocidade do desenvolvimento da catarata e até danos em pessoas que costumam olhar muito para o sol, podendo causar lesões na retina por conta da exposição solar”, afirma.
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Segundo ele, outras doenças infecciosas também podem ter incidência nas férias. “Temos as doenças mais relacionadas à contaminação, então, as conjuntivites infecciosas nesses períodos tendem a aumentar no cenário onde há banho de piscina, aglomerações e outros”, diz o médico.
Além disso, o especialista conta ainda que, no caso dos pacientes mais alérgicos, o período de “floração do caju”, geralmente, leva também a um aumento desses casos de alergia ocular. Isto porque as substâncias do pólen do cajueiro podem levar a sintomas como a rinite alérgica, conjuntivite, asma e inflamações na pele.
Orientações para evitar problemas oculares
A exposição ao sol no período de maior incidência de raios solares, das 10 às 16 horas, pede uso de chapéu ou boné para proteger a visão, além de óculos de sol. A médica oftalmologista Paloma Verçosa indica que “quem for usuário de lentes de contato, não pode mergulhar em piscina ou no mar sem óculos de proteção para evitar infecções na córnea”, por exemplo.
Sobre o uso de óculos de sol adequados, Giuliano Veras recomenda que não se deve usar óculos falsificados que, muitas vezes, podem causar mais problemas até do que o fato de você não usar o óculos.
“Esses óculos que não têm proteção eficaz contra radiação UVA e UVB provocam um efeito pelo próprio escurecimento e acabam provocando a dilatação da pupila. Se não tem a proteção contra UVA e UVB, esses raios podem entrar com mais intensidade aos olhos causando danos mais sérios ao longo do tempo”, pontua o oftalmologista.
Conforme Paloma, dada a devida atenção à saúde dos olhos, a exposição solar, por outro lado, não é de todo um mal para a saúde ocular, quando realizada sem exageros e com a correta proteção. “É recomendado que as crianças tenham entre uma e duas horas de atividades ao ar livre, durante o dia, para diminuir as chances de terem miopia”, diz a especialista.
Atenção às telas
Com relação às telas, a orientação dos especialistas é se atentar à questão do tempo em adultos e principalmente entre as crianças. Paloma Verçosa ressalta que, quanto mais próximo a tela for do olho, mais sintomas podem causar ao paciente, sendo os mais comuns o olho seco, a fadiga visual e dores de cabeça.
Ela indica ainda tirar alguns intervalos para “descansar a visão” olhando para longe, como olhar pela janela do prédio. “Outra recomendação é lembrar de piscar para o olho não ficar mais seco ainda em frente ao computador ou smartphones”, orienta a médica.
Para os pequenos, o oftalmologista Giuliano complementa que existem situações com celular que podem, numa criança que está em desenvolvimento do sistema visual, colaborar com um aumento da incidência da miopia.
“Alguns estudos já mostram que crianças que ficam demasiado tempo na exposição desses aparelhos, tanto celular como tablets, até mesmo computador, provocam alterações no olho que fazem com que se tenha uma produção de uma substância no olho que provoca o aumento do desenvolvimento da miopia”, destaca.
A orientação, portanto, principalmente para os pais nesse período de férias, é tentar colocar essas crianças para fazer atividades ao ar livre, evitando o uso excessivo de telas de computador e atividades dentro de casa. “Porque tanto a luz artificial como o fato de estar usando telas como celular podem favorecer o desenvolvimento da miopia”, reforça Giuliano. Além disso, as férias escolares são a ocasião ideal para a realização de exames, como forma de prevenir e diagnosticar doenças como conjuntivite, catarata e pterígio. Com mais tempo livre, toda a família pode ir ao médico e agendar exames para renovar a saúde ocular.