O trem da alegria de ministérios
Nesta quinta-feira (22), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou mais 16 ministros do futuro governo. Anúncio aconteceu na sede do governo de transição, em Brasília, nesta quinta.
Muitos insistem em dizer que a eleição acabou, o que é fato, mas parece que parte dos dois lados que se enfrentaram ainda não entendeu isso. Uma parte, aguarda parcimoniosamente na frente dos quarteis que aconteça algum milagre que reverta o fato consumado pelo TSE, outra, ainda não desceu do palanque de campanha.
Lula tem feito discurso sobre questões econômicas se portando como uma espécie de “Robin Hood contemporâneo” que pretende retirar dos ricos e dá aos pobres, colocando os pobres no orçamento, como eles dizem, mas o fato, numa análise simples dos números, é que vai sobrar pra todo mundo. Entretanto quem mais vai sofre são os mais pobres, teoricamente o público que mais ajudou a elegê-lo.
Nesta quinta-feira (22), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou mais 16 ministros do futuro governo. Entre eles, estão o vice na chapa vitoriosa nas últimas eleições, Geraldo Alckmin (PSB), que vai comandar a pasta da Indústria e Comércio, e as primeiras mulheres que estarão no ministério do petista.
Em ordem, foram apresentados estes nomes:
- Alexandre Padilha (Relações Institucionais)
- Márcio Macêdo (Secretaria-Geral)
- Jorge Messias (Advocacia Geral da União)
- Nísia Trindade (Saúde)
- Camilo Santana (Educação)
- Esther Dweck (Gestão)
- Márcio França (Portos e Aeroportos)
- Luciana Santos (Ciência e Tecnologia)
- Cida Gonçalves (Mulheres)
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social)
- Margareth Menezes (Cultura) – já havia sido anunciada
- Luiz Marinho (Trabalho)
- Anielle Franco (Igualdade Racial)
- Silvio Almeida (Direitos Humanos)
- Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio)
- Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União)
O anúncio aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde atua a equipe de transição.
Embora tenha anunciado Alckmin como ministro da Indústria, Lula havia dito inicialmente que seu vice não chefiaria nenhuma pasta ministerial. Mas nesta quinta explicou que, inicialmente, chamou para o cargo o empresário Josué Gomes, que recusou o convite.
Antes da cerimônia nesta quinta, Lula já havia anunciado cinco ministros do futuro governo:
- Fernando Haddad (Fazenda)
- Flávio Dino (Justiça)
- José Múcio Monteiro (Defesa)
- Mauro Vieira (Relações Exteriores)
- Rui Costa (Casa Civil)
No total, o próximo governo vai ter 37 ministérios. Falta definir, portanto, o nome dos comandantes de 16 pastas, o que deve acontecer até terça-feira (27).
“Nós estamos tentando fazer um governo que represente, no máximo que a gente puder, as forças políticas que participaram conosco da campanha”, afirmou Lula na apresentação desta quinta.
Ao se dirigir aos futuros ministros, Lula afirmou que eles precisarão contemplar em suas pastas a “pluralidade” da população brasileira.
Na sequência, o presidente eleito informou que ainda falta anunciar quem chefiará outras pastas e que serão chamadas pessoas que “ousaram colocar a cara e enfrentar o fascismo que estava espraiado neste país”.
A atual gestão de Jair Bolsonaro (PL) tem 23 ministérios. O aumento de 14 novos membros do primeiro escalão deve custar cerca de R$ 2 bilhões durante quatro anos.
Os cálculos foram informados pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). “Estamos falando de 14 novos ministérios: o valor total pode chegar a meio bilhão de reais por ano. R$ 2 bilhões em 4 anos, com todo o custo pago por você. E tudo isso sem garantia de entrega, somente de despesa. Gastar mais para entregar menos. Abre o olho, Brasil”, disse.
Atualmente, o salário mensal de um ministro é de R$ 31 mil – além de décimo terceiro (R$ 31 mil), um terço de férias (cerca de R$ 10 mil) e auxílio moradia (R$ 7 mil). Nesse caso, relatou Nogueira, o custo adicional é de cerca de R$ 500 mil por ano para cada ministro.
Nogueira cita, também, que cada ministério tem os servidores que compõem o núcleo duro. “Um secretário-executivo custa cerca de R$ 290 mil ao ano; o executivo-adjunto, R$ 285 mil por ano; subsecretários e assessores especiais, R$ 240 mil por ano. E nem incluímos os demais servidores”, disse, acrescentando que a soma dos funcionários deve chegar a R$ 12 milhões por ano para cada pasta.
“Lembre-se, isso ainda não inclui infraestrutura, local, veículos, passagens, auxílios e outros benefícios necessários para formar um ministério. Se estimarmos que essa estrutura custará mais de R$20 milhões anuais, o valor total pode chegar a R$35 milhões por ano, por ministério.”