NASA inicia construção de telescópio caçador de asteroides potencialmente perigosos

Caçador de asteroides
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Tecnologia espacial está prevista para ser lançada em junho de 2028

A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) começou, na semana passada, a construção de um telescópio espacial infravermelho que será capaz de identificar asteroides e cometas potencialmente perigosos ao planteta. A previsão é que essa tecnologia seja lançada em junho de 2028.

O projeto  já passou por uma revisão técnica e agora está em fase de finalização, quando começa a fabricação do equipamento. A equipe ainda avalia os custos e traçará um cronograma para que a entrega ocorra dentro do previsto.

O Near-Earth Object Surveyor (NEO Surveyor), como é chamado, é projetado para ser capaz de identificar 90% de asteroides de, no mínimo, 460 pés (cerca de 140 metros) que se aproximem em uma distância de 48 milhões de quilômetros da órbita do planeta. O objetivo da missão é desenvolver uma tecnologia que ajude a reforçar a defesa planetária.

O NEO Surveyor será gerenciado pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, no sul da Califórnia, nos Estados Unidos. Depois de seu lançamento, ele viajará 1,6 milhões de quilômetros para uma região de estabilidade gravitacional, chamada de L1 Lagrange, que fica entre a Terra e o Sol.

O telescópio orbitará em torno do ponto L1 durante cinco anos. Dessa região, a tecnologia conseguirá visualizar o Sistema Solar em ondas de luz infravermelha, que são invisíveis ao olho humano.

Contando com o uso de detectores, o telescópio conseguirá identificar asteroides e cometas que estejam se aproximando da Terra. Além disso, a missão também ajudará a caracterizar a composição, forma, rotação e órbita de objetos próximos do planeta.

As informações obtidas também poderão ser utilizadas para entender melhor as origens e a evolução dos asteroides e cometas.

De acordo com classificação astronômica adotada internacionalmente, os objetos potencialmente perigosos ou objetos próximos à Terra (NEOs, na sigla em inglês) são todos corpos celestes que chegam a no mínimo 48 milhões de quilômetros da órbita do planeta. Essa aproximação pode causar danos regionais significativos, como destruição de árvores, monumentos e construções.

Segundo os astrônomos da Nasa, nenhum NEO conhecido apresenta risco de impactar a Terra no próximo século, mas há chance de algum corpo celeste ainda não identificado representar algum perigo. O caçador de asteroides será um importante aliado para prever possíveis ameaças a planeta. 

“O NEO Surveyor representa a próxima geração da capacidade da Nasa de detectar, rastrear e caracterizar rapidamente objetos potencialmente perigosos próximos à Terra. Os telescópios terrestres continuam sendo essenciais para observarmos continuamente os céus, mas um observatório infravermelho baseado no espaço é o melhor terreno elevado que permitirá a estratégia de defesa planetária da Nasa”, disse, em comunicado, Lindley Johnson, oficial de defesa planetária da Nasa. 

Essa não é a primeira iniciativa da Nasa no ramo de defesa planetária. Em 26 de setembro deste ano, a Agência Espacial colocou em prática a missão Dart ao colidir uma aeronave em um sistema duplo de asteroidecom o objetivo de mudar suas trajetórias. O projeto serviu apenas como um teste, já que os corpos celestes não estavam em rota de colisão com o planeta.

A colisão da nave ocorreu a 24 mil km/h e o destino foi o asteroide Dimorphos, que é cerca de cinco vezes menor do que o asteroide Dydimos, de 780 metros de diâmetro. O primeiro orbita ao redor do segundo, funcionando como uma espécie de lua. Eles ficam a 11 milhões de quilômetros da Terra. 

As imagens da colisão foram registradas pelo satélite Light Italian Cubesat for Imaging of Asteroids (LICIACube), da Agência Espacial Italiana. Essa tecnologia viajou junto da sonda Dart, a bordo do foguete SpaceX Falcon 9, que foi lançado da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos, em 24 de novembro do ano passado.

Em outubro, a Nasa divulgou os resultados da missão e confirmou que a iniciativa foi exitosa, cumprindo seu objetivo ao desviar a rota de colisão do asteroide Dimorphos.

Além de ser uma missão de teste, os astrônomos pretendem reproduzir esse projeto para que ele seja utilizado como uma ferramenta que garantirá a proteção do planeta frente a corpos celestes potencialmente perigosos.

Fonte: GZH/Tecnologia

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