Justiça determina que vereador de Canindé use tornozeleira eletrônica

Compartilhe

Manoel Deodato e outros 6 foram denunciados em esquema de compra de votos.

O juiz Francisco Hilton Domingos de Luna Filho determinou que o vereador de Canindé Manoel Deodato e um homem conhecido por Irmão Trocador usem tornozeleiras eletrônicas. Além deles, mais seis pessoas são investigadas em esquema de compra de votos na eleição da presidência da Câmara do Município em 2021. A decisão da Justiça veio após denúncia feita pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Os nomes dos demais investigados são os vereadores Tatiana Uchôa, Geovane Lira, Gleison Feitosa, Adriano Ximenes e Alan Uchôa. Irmão Trocador é acusado de atentado contra a casa da prefeita Rozário Ximenes e do vereador Adriano Ximenes.

A denúncia mostra que a articulação criminosa oriunda de disputa política derivou no atentado contra as residências de Rozário Ximenes e Adriano Ximenes. De acordo com o promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, o MPCE requereu os afastamentos de cinco parlamentares (Tatiana Uchôa, Geovane Lira, Gleison Feitosa, Adriano Ximenes e Manoel Deodato), que foram indeferidos, e a aplicação de medida cautelar para o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Canindé, Alan Uchôa, que também foi indeferida.

O ex-presidente da Câmara foi denunciado por associação criminosa, corrupção ativa, disparo de arma de fogo e dano qualificado com violência à pessoa ou grave ameaça. Segundo o documento do MPCE, o homem chamado Irmão Trocador, que teria sido contratado por Alan, poderá responder por associação criminosa, disparo de arma de fogo e dano qualificado com violência à pessoa ou grave ameaça. Os cinco vereadores foram denunciados pelos crimes de associação criminosa e corrupção.

Segundo a denúncia, em 17 e 19 de dezembro de 2020, um homem contratado pelo ex-presidente da Câmara de Canindé efetuou disparos de arma de fogo contra as residências de Adriano Ximenes e da prefeita Rozário Ximenes. Os atentados teriam sido motivados após Alan perder as eleições municipais de 2020, quando concorreu a vice-prefeito de Canindé.

Temendo ficar fora do quadro político municipal, ele articulou uma chapa opositora à prefeita reeleita, colocando a própria esposa eleita vereadora, Tatiana Uchôa, para concorrer à Presidência da Casa Legislativa. Segundo os autos, ela tinha ciência da manobra política e era favorável ao plano.

A investigação apontou que Adriano Ximenes recebeu a quantia de R$ 130 mil reais para votar em Tatiana para o cargo de Presidente da Câmara, mas depois se arrependeu e tentou devolver o dinheiro, quando soube que a candidata era contra a prefeita; que os ataques às residências tinham o objetivo de intimidar e aterrorizar a gestora municipal; que outros três vereadores (Geovane Lira, Gleison Feitosa e Manoel Deodato) receberam vantagens indevidas (para a votação na Casa Legislativa; e que reuniões políticas foram organizadas para buscar apoio de outros vereadores para a eleição da Presidência da Câmara.

O Ministério Público pediu a suspensão do exercício das funções públicas dos cinco vereadores pelo período de duração da instrução criminal, a aplicação de medidas cautelares e a proibição que os acusados mantenham contrato entre si, estabelecendo-se distância mínima para impedir que os denunciados tenham acesso à Prefeitura e à Câmara Municipal de Canindé.

Ao receber a denúncia, o juiz da Vara Única da Comarca de Canindé atendeu parcialmente o pedido do MPCE e determinou o monitoramento eletrônico de dois dos denunciados. As demais medidas requisitadas pelo órgão ministerial foram indeferidas.

Fonte: Ministério Público do Estado do Ceará – MPCE

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content