Ceará registra mês mais violento para as mulheres dos últimos seis anos
A violência contra mulher é o 3º indicador de violência mais registrado, atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais.
O boletim Elas Vivem: dados que não se calam, lançado pela Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, e 495 deles foram feminicídios. São Paulo e Rio de Janeiro têm os números mais preocupantes.
Com os números, os governos podem criar políticas públicas para evitar essas violências e preservar vidas. Esta foi a terceira edição da pesquisa na Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. Maranhão e Piauí foram monitorados pela primeira vez.
A maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.
O mês de janeiro de 2023 já pode ser considerado o mais violento para as mulheres cearenses nos últimos seis anos. Segundo o relatório parcial de crimes violentos letais intencionais no Ceará, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), 21 mulheres foram assinadas até o dia 23 de janeiro, sendo destes, seis feminicídios.
CASOS:
O primeiro caso de feminicídio foi registrado no dia 1º de janeiro, no Jaguaribe. O suspeito chegou a ser identificado, mas ainda não foi capturado. Já o segundo, aconteceu no último dia 4, quando um homem de 43 anos matou a própria companheira, uma mulher de 52 anos, no município de São João do Jaguaribe. O terceiro caso foi registrado no dia 12 de janeiro, quando um homem, de 44 anos, foi preso suspeito de matar a ex-companheira, de 31 anos, no município de Pentecoste.
Um quarto caso foi registrado no último dia 18 de janeiro, em São João do Jaguaribe. Na ocasião, um homem de 34 anos foi preso em flagrante após matar a pedradas a ex-companheira, de 36 anos, na frente da própria filha. Já o último caso, aconteceu na última sexta-feira (23), em Iguatu, e culminou na morte de duas mulheres — uma delas é Antônia Evaneide Fernandes, ex-companheira de 47 de um homem de 60 anos que foi preso em flagrante. A segunda vítima, Jucicleide Alves Bezerra, de 44 anos, foi baleada e não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.
Onde ligar para denunciar feminicídio?
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.
(*) Informações Jornal de Brasília