UVA abre investigação sobre ameaça e apologia ao nazismo
Uma ameaça de massacre junto a pichação do símbolo da suástica, em apologia ao nazismo, foram pichados nas dependências da Universidade do Vale do Acaraú (UVA), em Sobral, no Norte do Ceará. O suposto ataque foi anunciado para esta quinta-feira (16), segundo imagem que circula nas redes sociais.
Quem frequentou uma universidade pública brasileira, sabe que é comum mensagens rabiscadas e apócrifas de conteúdos diversos, indo desde pornografia até assuntos aleatórios como contato com extraterrestres, deixadas nos banheiros.
No entanto nesta semana, uma mensagem onde se ver uma ameaça de massacre e uma suástica, que é um símbolo antigo que foi popularizado e usado pelo Nazismo, deixadas em um banheiro da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), no Campus Derby, onde fica o Centro de Ciências da Saúde, tem causado um verdadeiro alvoroço na comunidade acadêmica.
A bipolarização política e o revisionismo histórico, junto aos ataques que já ocorreram no Brasil e no mundo, fizeram os acadêmicos lembrarem do velho ditado popular que diz que “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”.
Em um comunicado interno divulgado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) pede-se que os universitários tomem cuidado tanto com a ameaça quanto com um indivíduo que circula pelo campus Betânia fazendo gestos obscenos:
“Aos estudantes da UVA, que estudam no CCS, soubemos informações que está tendo ameaças de um possível massacre e aos estudantes que estudam no campus Betânia tem um desconhecido fazendo gestos obscenos. Diante disso, pedimos que tomem os devidos cuidados e sigam as orientações da instituição, estejam sempre atentos a qualquer coisa”.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), entidade de representação oficial do corpo discente, manifestou repúdio por meio de nota:
“ao ato de vandalismo, apologético ao nazismo e de ameaça de massacre, que aconteceu ontem (14/03), nas dependências do Centro de Ciências da Saúde-CCS. É inaceitável que em pleno século XXI, ainda existam pessoas, principalmente, estudantes, que façam apologia a um momento tão cruel e perigoso na história mundial”.
O texto prossegue fazendo um resgate histórico explicando o que foi o movimento nazifascista e suas implicações nefastas para a sociedade, além de lembrar que tais atos se enquadram na Lei 7.716/1989 que criminaliza “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” e ainda “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
A Universidade apura o caso para evitar que qualquer tipo de problema venha a acontecer.