Ministério Público pede suspensão de concurso da Universidade Estadual Vale do Acaraú
Um concurso público formulado pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) foi alvo de um pedido de suspensão por parte do Ministério Público do Ceará (MPCE).
O certame tem como objetivo preencher 145 vagas para professor efetivo das classes auxiliar, assistente e adjunto. O organismo, por meio de uma ação civil pública, atenta para possíveis indícios de irregularidades no processo de seleção.
O edital do concurso aponta que ele está previsto para ser realizado em três fases, a primeira (Prova Escrita Dissertativa) foi concluída em 4 de dezembro de 2022, tendo o seu resultado divulgado no dia 1º de março deste ano. Já a segunda etapa está prevista para ocorrer dos dias 28 a 30 de março.
Após o resultado da primeira parte da seleção, o MPCE, por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Sobral, afirma ter recebido denúncias de irregularidades vinculadas ao certame. Uma das falhas observadas foi o não cumprimento do subitem 5.2 do edital. De acordo com o item, a Comissão Examinadora deve ser composta por três professores com titulação mínima de Mestre, com graduação ou pós-graduação em área idêntica ou afim ao respectivo setor de estudo, e comprovação de efetivo exercício da atividade docente.
Nos setores de Direito Público e Privado, Libras, e Contabilidade Pública e Privada, no entanto, atuaram examinadores sem a titulação exigida pelo edital, ato que, segundo o MPCE, configura uma transgressão aos termos acordados. Um integrante da equipe foi posteriormente substituído por alguém com as credenciais exigidas, mas o órgão público defende que a alteração não tem o poder de deixar o processo nos parâmetros legais.
Em parecer, o MPCE também aponta que os avaliadores tinham conhecimento de quem estavam avaliando. “Causa indignação ainda maior o fato de que os candidatos de todos os setores de estudo do Concurso Público foram identificados, através de seus CPF’s, na capa e em todas as folhas das provas dissertativas, ficando à disposição dos membros das Comissões Examinadoras por ocasião das avaliações das provas”.
Segundo o órgão, pode contribuir para que escolhas pessoais possam ser realizadas pelos integrantes da comissão. Na esteira deste processo, o MPCE defendeu o estabelecimento de uma ação civil pública para que correções sobre a seleção possam ser feitas. A imediata suspensão do concurso foi defendida pelo organismo, bem como a aplicação de uma multa diária no valor de R$ 10.000 em caso de descumprimento da medida.
Fonte: MPCE