Campanha alerta sobre a necessidade de diagnóstico médico em casos de tontura
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial promove a Semana da Tontura de 17 a 22 de abril.
Tontura não é uma doença, mas um sintoma presente em mais de 60 enfermidades. Está entre as três queixas mais comuns em consultas em um ambulatório geral, perdendo apenas para a dor e a fadiga, segundo informações do Departamento de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Para alertar sobre a necessidade de investigar o problema, a ABORL-CCF promove até sábado, a sexta edição da Semana da Tontura, com o tema “Tontura é coisa séria: precisa de um diagnóstico médico”. O evento marca o Dia Nacional da Tontura, celebrado dia 22 deste mês e reforça a defesa da Lei do Ato Médico (Lei 12.842), que completa 10 anos em 2023.
O médico otorrinolaringologista do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF e coordenador da campanha, Dr. César Bertoldo, destaca que a ação tem o objetivo de conscientizar as pessoas que sofrem com tontura sobre a importância de buscar atendimento médico, que é o profissional de saúde habilitado para o procedimento de diagnóstico adequado.
Além disso, chama a atenção da população para não negligenciar o sintoma, que pode ser descrito por sensações de desequilíbrio, parecer que se está flutuando ou sentir o ambiente ao redor girando, por exemplo.
“Desvendar a queixa de tontura nem sempre é fácil. Essa avaliação é necessária para determinar qual é o principal responsável pela crise ou pelo sintoma atual que o paciente enfrenta. Muita gente tem a percepção errada de que a tontura é sempre uma labirintite, pois desconhecem que há dezenas de outras doenças.
É por isso que o médico deve ser consultado, por ser o profissional com a competência para pedir exames adequados, descobrir qual é a enfermidade e prescrever o tratamento correto”, explica Dr. Bertoldo.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a tontura afeta entre 15 e 20% da população global.
Diversas alterações de saúde podem gerar sintomas de tontura, até mesmo várias medicações têm esse possível efeito colateral. Entre as principais estão problemas emocionais e doenças de origem metabólica ou hormonal, neurológicas, cardiológicas e labirínticas, ou seja, que afetam a estrutura interna do ouvido, muito relacionada à manutenção do equilíbrio corporal.
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial alerta para que a tontura não seja menosprezada, pois esse problema traz limitações. Quem sofre com o sintoma pode desenvolver, por exemplo, medo e insegurança do movimento, pois a tontura leva à instabilidade do corpo, o que aumenta o risco de queda e de fraturas, um problema grave entre os idosos.
Algumas causas da tontura necessitam de tratamento medicamentoso ou hospitalar imediato e podem ser de difícil diagnóstico, como o acidente vascular cerebral (AVC), doenças inflamatórias do cérebro, tumores, hemorragias, carências nutricionais e diferentes tipos de câncer.
A detecção da causa da tontura dependerá do entendimento dos sintomas, por isso, a história clínica do paciente é minuciosamente avaliada. Em algumas situações, é necessária a realização de exames de sangue, de imagem e testes vestibulares (do labirinto) e auditivos, entre outros recursos.
“Cada caso tem a sua particularidade, por isso o tratamento é feito pelo médico após o diagnóstico e deve ser individualizado, podendo incluir medicações, mudanças comportamentais, tratamentos de reabilitação e manobras específicas. Generalizar tratamentos não é indicado e pode trazer riscos como efeitos colaterais, complicações ou agravamento do quadro”, finaliza o especialista do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF e coordenador da Semana da Tontura.
Fonte: R7.Com