Após sete anos sem óbitos por raiva humana, Ceará registra morte pela doença
Depois de sete anos sem óbitos por raiva humana, o Ceará registrou uma morte pela doença na cidade de Cariús, no interior do estado. A informação foi divulgada na última sexta-feira (5), pela Secretaria da Saúde (Sesa).
Segundo a Sesa, um agricultor de 36 anos foi agredido por um macaco sagui em fevereiro deste ano. Porém, a vítima só procurou atendimento no fim do mês de abril, após o início dos sintomas da doença.
Constatada a suspeita de raiva humana, o município comunicou à Área Descentralizada de Saúde e ao GT Zoonoses da Sesa na última quinta-feira (4) e o homem foi transferido para um hospital de referência, mas não resistiu.
Após o óbito, foi feita uma coleta pelo Serviço de Verificação de Óbito e na análise o Laboratório Central de Saúde Pública foi confirmada a morte por raiva humana.
A Sesa ressaltou que irá apoiar todas as medidas de prevenção e controle da doença em Cariús. Diante de casos suspeitos ou confirmados da doença, o órgão irá realizar ações de vigilância, além de assistência quanto à profilaxia antirrábica humana.
Cenário no Estado
De 2007 a 2016, houve cinco óbitos por raiva humana no Estado, registrados nos municípios de Camocim (morida de um sagui, em 2008), Chaval (cão, em 2010), Ipu (sagui, 2010), Jati (sagui, 2012) e Iracema (morcego, 2016).
Entre 2017 a 2022 foram realizados 236.447 atendimentos envolvendo casos antirrábicos no Ceará, sem nenhum óbito registrado.
Doença
A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida de um animal para uma pessoa por meio, principalmente, de mordedura ou lambedura. A condição é fatal e a melhor forma de evitá-la é a vacinação pós-exposição.
A doença é causada por um vírus que tende a migrar para o sistema nervoso central. Nos humanos, a condição pode causar um quadro de encefalite [inflamação no cérebro] aguda, resultando em alta taxa de letalidade: aproximadamente 100% dos casos são fatais.
Dentre os principais sinais e sintomas da doença em humanos, estão dificuldade de engolir (alimento, água ou saliva), fotofobia (desconforto visual em relação à claridade), tremores involuntários e salivação excessiva.
Em animais domésticos, como cães e gatos, também ocorre salivação em excesso associada à agressividade ou à mudança comportamental.
Cuidados
A Secretaria da Saúde orienta a população sobre os cuidados para evitar acidentes com animais infectados com o vírus rábico. Vacinar o cachorro e o gato e ter cautela diante do contato com mamíferos desconhecidos, por exemplo, são algumas das principais medidas preventivas.
Se uma pessoa sofrer agressão por um mamífero, a exemplo de gato, cachorro, morcego, sagui ou raposa, deve imediatamente lavar o local da ferida com água e sabão e buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima.
Fonte- G1