Ferroviário faz 90 anos reforçando o orgulho das raízes corais e sonhando com acesso

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Tubarão da Barra está na Série D do Brasileiro e temporada o credencia a sonhar em subir de divisão.

O dia 9 de maio é especial para o torcedor cearense, especialmente para o do Ferroviário. Afinal, o time coral faz 90 anos nesta terça-feira, e é um das instituições esportivas mais importantes da história do nosso Estado.

Fundado em 1933 por operários da RVC, precursora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), nas proximidades da Barra do Ceará, o Ferroviário se notabilizou por ser um clube de raízes operárias, como a classe ferroviária.

Ao longo destes 90 anos, o Tubarão da Barra montou grandes times que abrilhantaram o futebol cearense, revelando craques como Pacoti, Mirandinha, Jorge Veras, Jardel, Mazinho Loyola e Mota.

O Ferrão conquistou o Campeonato Cearense 9 vezes, a Copa Fares Lopes duas vezes, a Copa dos Campeões Cearenses uma vez, o torneio Início do Ceará cinco vezes e a Série D do Brasileiro uma vez, seu maior título.

Como participações, foram 6 na Série A do Brasileiro, 7 na Série B, 16 na Série C e 3 na Série C. Em Copas, foram 9 na Copa do Brasil e 5 na Copa do Nordeste.

O Tubarão da Barra faz em 2023 consistente, com boas participações no Campeonato Cearense (3º), Copa do Nordeste (6º) e Copa do Brasil (2ª Fase).

A expectativa coral é por grande campanha na Série D do Brasileiro, conquistando o acesso ao fim da temporada. No último domingo, o Ferrão estreou com vitória por 2 a 0 no PV diante do Fluminense/PI, com 2 gols de Ciel, grande estrela do elenco e candidato a craque do campeonato.

O presidente do Ferroviário, Aderson Maia Junior, cita o orgulho de presidir o clube ao comemorar 90 anos de fundação e que reconstrução coral passa pelo acesso, pela volta para a Série C.

“É um orgulho e uma responsabilidade muito maior. São 90 anos e não 9 dias, sempre digo isso. E nosso objetivo é levar o Ferroviário ao acesso para a Série C de imediato. Fui diretor financeiro do clube e sei do peso da ausência de um clube como o Ferroviário na Série C. Esse é o primeiro passo, depois pensar no acesso na Série C e quem sabe chegar na Série B”, disse ele.

Pelo sucesso no 1º semestre, o presidente declarou que o clube precisou se esforçar para manter o elenco e chegar forte para a Série D. Ele perdeu um dos destaques do time, Erick Pulga para o Ceará, mas acredita que reforços poderão vir no momento oportuno.

“O maior desafio foi manter o elenco praticamente em sua totalidade. Perdemos o Erick Pulga em negociações que fazem parte no futebol. O Ferroviário não saiu prejudicado e manteve direito econômicos dele. Eu sei que vai chegar um momento que o técnico vai pedir reforços e eu tenho que estar com bala na agulha para atender. O grupo formado é bom, humilde e com foco na busca pelo acesso”, explicou.

Aderson sabe que mudar o patamar do Ferrão no futebol nacional não é uma tarefa simples, mas ele acredita no potencial do clube.

“O Ferroviário tem potencial e pode buscar chegar em um patamar próximo de Fortaleza e Ceará. São clubes muito organizados e temos que nos espelhar nisso. Não temos que esperar que eles caiam e sim chegar onde eles estão. Temos que correr atrás.
E o futuro coral? Aderson afirmou que sonha em um clube mais independente, autossustentável e chegando na Série A.

“Eu sonho que o Ferroviário seja um clube independente, bem mais profissionalizado e na Série A, porque não? Hoje o Ferroviário depende de parcerias, investimento, patrocínios, ou seja, de recursos externos”, explicou.

Com uma torcida fiel e resiliente, o Ferroviário faz um trabalho de reconstrução após o rebaixamento na Série C do Brasileiro. Com a nova diretoria, o clube tem reforçado o orgulho das raízes corais.

E um dos símbolos deste resgate pretendido pela diretoria é Jardel. O ex-atacante é cria coral nos anos 90, jogou no Ferrão no fim de carreira e ganhou cargo de embaixador do clube.

“O departamento social quer trazer o sócio de volta, trazer comunidades para o estádio, com ônibus. O resultado no futebol traz o torcedor, mas podemos nos apresentar, quem é ferroviário, para moradores da Barra e adjacências. O Ferroviário é um clube acolhedor.

O Jardel fazer parte disso era natural, sabíamos do potencial dele. Ele representa o Ferroviário de forma oficial como embaixador. Tenho certeza que ele vai ajudar, em trazer a torcida coral de volta, a família coral”.

Jardel é um dos jogadores cearenses mais bem sucedidos da história, sendo campeão por Vasco, Grêmio, Porto, Galatasaray e foi chuteira de ouro da Europa em 1999 e 2002. Aos 49 anos, o ex-atacante destacou o orgulho de ser Ferroviário.

“Cheguei em meados da década de 90 ao Ferroviário. Minha família toda torce para o clube, de fazer caravanas pelo interior para os jogos, com charangas. Cheguei a jogar com alguns ídolos que via das arquibancadas. E fui cada vez mais me apaixonando pelo Ferroviário. Já era torcedor, como minha familia toda. Quando meu pai não me levava pro jogo eu chorava na calçada. Então, eu comecei no Ferroviário, terminei a carreira no clube e inicio um novo ciclo”.

Ambicioso, Jardel espera ajudar o Ferroviário a chegar em um patamar de Fortaleza e Ceará, disputando Série A e outras competições internacionais.

“Eu quero ajudar o Ferroviário com patrocinadores, investidores, realizar peneiras no Estado, captar jogadores… Sou muito grato ao Ferroviário e quero levar o clube para a Série A. Junto com a diretoria, vamos passo a passo, primeiro chegar na Série C, Série B, depois Série A. Queremos fazer o que o Fortaleza vem fazendo, na Série A, Sul-Americana, Libertadores”, pontuou.

Fonte: DNEsportes

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