Com colares eletrônicos, pecuaristas testam cercas virtuais para facilitar o manejo de gado; tecnologia ainda é cara e passa por testes.

Colares eletrônicos podem criar uma cerca virtual para gado! Conforme relatado pelo Wall Street Journal, o pecuarista Cole Mushrush inicia suas manhãs de trabalho no rancho da família de forma peculiar: prepara uma xícara de café e, em seguida, verifica em seu laptop se alguma das vacas se perdeu durante a noite. Graças aos avanços tecnológicos, essa tarefa ficou mais fácil.

Através do uso de colares eletrônicos, capazes de emitir um leve choque caso o animal tente atravessar os limites de uma cerca invisível, desenhada digitalmente, o controle do gado se tornou mais prático e econômico.

Há dois anos, a família Mushrush foi abordada pela Nature Conservancy com uma proposta inovadora: testar o uso desses colares em suas vacas no Tallgrass Prairie National Preserve. A ideia foi bem recebida, considerando que a instalação e manutenção de cercas reais pode custar até 15 mil dólares por milha.

Os colares virtuais custam à família Mushrush 50 dólares por ano, por vaca, em taxas de aluguel e bateria. Para um rebanho de 325 vacas, isso representa 16 mil dólares anualmente. Além disso, eles também tiveram que adquirir duas estações base por 12,5 mil dólares cada. A compra contou com ajuda de fundos de grupos sem fins lucrativos envolvidos no projeto.

O sistema não é perfeito, e há alguns desafios. Alguns animais ainda não seguem à risca as instruções após o sinal de aviso e o choque do colar. “Algumas fecham os olhos e correm”, disse Mushrush. Apesar disso, ele acredita no potencial da tecnologia e celebra as vantagens econômicas e ambientais que ela oferece.

Esses dispositivos são fabricados pela Vence, uma empresa de San Diego fundada por Frank Wooten. A Vence, que foi adquirida pela unidade de saúde animal da Merck & Co. no ano passado, já implantou 40.000 desses colares e planeja aumentar esse número para mais de 75.000 até o final do ano.

Além de manter o gado dentro dos limites desejados, as cercas virtuais ajudam a prevenir o sobrepastoreio, mantendo as gramas aparadas, o que ajuda a reduzir o risco de incêndios florestais e a propagação de plantas invasoras.

O uso dessas cercas virtuais tem se expandido em outros estados dos EUA, e são cada vez mais adotadas por outros pecuaristas. “Acho que é a melhor coisa desde o arame farpado”, disse Kristy Wallner, especialista em terras de pastagem do Bureau of Land Management.

Enquanto essa tecnologia avança, os pecuaristas continuam se adaptando a esses novos tempos, buscando a melhor forma de combinar tradições seculares da pecuária com a inovação tecnológica. De maneira geral, uso de cercas virtuais tem se mostrado uma alternativa viável, eficaz e moderna para o manejo do gado.

Fonte: Olhar Digital