Inseto barbeiro apareceu em dois pontos de Fortaleza neste ano

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Nos quatro primeiros meses de 2023, o inseto barbeiro, transmissor da doenças de Chagas, foi encontrado em dois pontos de Fortaleza. Agentes de vigilância visitam locais em toda a Capital a fim de combater a proliferação do inseto. Até abril deste ano, a Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS) esteve em 1.901 residências, com foco nos bairros Itaperi e Serrinha, onde há mais aparições.


Dois insetos da espécie foram encontrados até o respectivo mês na Capital. Ademais, os laudos deram negativo para a presença de Trypanosoma cruzi (o T. cruzi), agente etiológico da doença de Chagas.

Segundo a auxiliar do Laboratório de Vetores, Reservatórios e Animais Peçonhentos, Elaine Andrade, atualmente, a Regional 4 é onde o animal está mais presente. “Foram visitadas quase duas mil residências até abril deste ano, porém nenhuma com positividade. Todos os triatomíneos que vieram ao nosso laboratório não foram positivos para o parasita”, constata.

Em 2022, a Prefeitura informou que realizou 8.435 visitas de combate à endemias e somente 13 residências registraram a presença da Triatoma Rubrofasciata. 
Francisco Deusimar, supervisor geral de endemia de Fortaleza, revela que este vetor tem preferência pelo sangue dos roedores. “Começamos o combate em 2004. Antes disso, em Fortaleza, não existia, mas, devido à migração e como ele tem preferência por rato, também se acostuma a ficar em móveis, como sofás e guarda-roupas”, diz.


Inseto barbeiro: inspeções são feitas a cada ano
Segundo Francisco, a comunidade Garibaldi, localizada no coração do bairro Serrinha foi onde o inseto mais se adaptou. Nessa última quarta-feira, 7, o serviço de vigilância visitou uma fábrica de pano na região. 
O ambiente a céu aberto, com muitos plantios no solo, é propício à aparição do animal — especialmente nesta época do ano. Segundo funcionários, já aconteceu de aparecer um “barbeiro” no local anos atrás. Depois do inseticida ser aplicado pelos agentes, os trabalhadores do local afirmaram “nunca mais ter visto um”.

Ainda conforme Francisco, os espaços que tiveram registro de aparecimento do inseto têm atenção redobrada. A visita costuma ser anual, porém, pode ser aumentada para “seis em seis meses ou até de três em três meses, a depender da temporalidade de ocorrência”.


O período de espera entre o contato e a visita costuma ser de 72 horas. De acordo com a Prefeitura, o alto número de agentes ambientais diante do baixo número de chamadas permite que todas as pessoas sejam atendidas.

Doença de Chagas: trabalho de prevenção
O gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos, Atualpa Soares, explica que o trabalho dos vigilantes é majoritariamente preventivo. “A forma de controle da doença é evitando que o inseto ‘barbeiro’ forme colônias, ou seja, quando um grupo da mesma espécie passa a se adaptar e se reproduzir no ambiente dentro ou perto das residências”, conta o gerente.


“A gente pode ter vários casos, mas nem sempre estão ligados à Fortaleza. A pessoa pode ter ido para a Região Norte e ter se infectado, pode ter ido para o interior e ter se infectado, e ela é de Fortaleza e acaba tendo o tratamento aqui”, acrescenta.
“Esse acompanhamento é o que faz a pessoa entrar no sistema. Se pegou aqui, é outra coisa, a gente não tem relato de caso de pessoas que tenham adquirido aqui. Isso é reforçado pelo número de ‘barbeiros’ encontrados nos últimos anos em Fortaleza”, encerra Atualpa.


Doença de Chagas: sintomas e transmissão
O primeiro sinal quando a pessoa está com a doença de Chagas é o: “sinal de Romana”, quando a pálpebra fica baixa e a pessoa começa a sentir sintomas febríos. Pode atacar a parte do esôfago, o intestino, ter o aumento do coração, como vulgarmente é chamado de “coração de boi”.


Existem pessoas cujas os sintomas surgem rapidamente; já em outras a doença não consegue se desenvolver.
É importante reforçar que a transmissão ao ser humano não ocorre diretamente pela picada do inseto, mas sim pelas fezes que o “barbeiro” deposita sobre a pele enquanto suga o sangue. Comumente, a picada provoca coceira, e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada.
A infecção contida nas fezes do “barbeiro” pode penetrar no organismo humano também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou por meio de feridas ou cortes recentes existentes na pele.

O tratamento aos pacientes é indicado e acompanhado por um médico, após a confirmação da doença. Para confirmação, é necessária a realização de exame laboratorial, ofertado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SMS).
Serviço
Setor de Sinantrópicos – Célula de Vigilância Ambiental
Endereço: R. Betel, 2890 – Itaperi, Fortaleza – CE, 60510-107
Telefone: (85) 3105-1026

Fonte- O Povo


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