Artesanato produzido por internos do sistema prisional cearense gera renda aos familiares

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O artesanato é uma das principais atividades desenvolvidas para os internos no sistema prisional do Ceará. Além da perspectiva artística e o retorno financeiro, a prática também contribui para a qualificação, a ocupação, a elevação da autoestima, a projeção de futuro positivo e a remição de pena para as pessoas privadas de liberdade.

O projeto “Rede Artesã”, desenvolvido pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, com apoio das direções das unidades prisionais e policiais penais, vem fortalecendo esse trabalho de forma diferente e possibilitando uma nova realidade aos internos e seus familiares.

Ao todo, são 1034 internos artesãos em 11 unidades prisionais participando dessa ação. Além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena e ajudam na renda familiar mesmo estando privados de liberdade. Todas as peças produzidas pelos internos são entregues aos familiares para que possam ser comercializados como uma forma de renda extra ou até renda principal para o núcleo familiar dos detentos. Além disso, o vínculo familiar é fortalecido devido a presença da família na comercialização e encaminhamento dos insumos.

O Crochê é a técnica principal trabalhada pelos internos. Para a produção dos artigos, todo o material usado é fornecido pelos próprios familiares. Os principais materiais utilizados são agulhas, botões, linhas e fios de malha. Por ser um material de fácil acesso, barato e com diversas cores, a confecção tem uma enorme variedade de produtos. Os apenados produzem bolsas, caminho de mesa, tapetes, toalhas de bandeja, redes entre outras peças.

Para participar, o interno passa por uma seleção onde a unidade prisional seleciona os candidatos por interesse, habilidade na técnica e condições da família em se responsabilizar pelo fornecimento de material para a produção das peças.

A mãe do interno da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3) , Silvaneide Correa, se sente muito feliz pela oportunidade dada ao seu filho em se profissionalizar. “Espero que ao conseguir sair, a sociedade possa lhe dar uma nova chance. Não digo isso por ele, mas por todos aqueles que fazem parte dessa ação. Sou muito grata a Deus, primeiramente, por ele estar aprendendo artesanato e se tornar um, pois também sou artesã. Gostaria de agradecer a todos vocês por esse lindo trabalho que estão fazendo por todos os internos e por estarem devolvendo a dignidade através de uma profissão”, conclui.

Ocupar a mente
Para o interno da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3), Yuri Correia, o artesanato ajuda a ocupar sua mente e principalmente na rentabilidade familiar. “Minha mãe é artesã, mas nunca tinha me interessado em aprender. Nunca pensei que dentro do sistema prisional ia despertar esse interesse e aprender essa arte. Meu objetivo é continuar no ramo do artesanato, trabalhar junto com a minha mãe e abrir nossa própria lojinha”, afirma.

Segundo o secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, o trabalho desenvolvido através do artesanato é muito importante para os internos e seus familiares. “A secretaria está sempre procurando realizar ações voltadas para a ressocialização dos internos. Nosso objetivo maior é aumentar cada vez mais atividades como essas para que os internos possam adquirir conhecimentos e não tenham tempo para a ociosidade. O trabalho dignifica o homem e através dessa ação ainda ajuda na rentabilidade familiar. É a soma da arte com nova perspectiva. Ressocialização na veia”, enaltece.

Fonte- Governo do Estado do Ceará

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