Dados do “Inventário Florestal Nacional no Ceará”, publicado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), apontam que a microrregião de Santa Quitéria possui a terceira maior proporção de florestas no Ceará, em torno de 84%. A área, também composta pelas cidades de Hidrolândia e Catunda, tem mais de 508 mil hectares de área florestal, perdendo apenas para Coreaú e Meruoca.

No estado, a Savana-Estépica (Caatinga) é o tipo predominante nas áreas classificadas como floresta por cobrir 7,4 milhões de hectares do Estado. O estudo mapeou 776 espécies vegetais e 346 espécies de árvores, sendo o Marmeleiro a espécie arbórea mais encontrada.

“Uma floresta ajuda a regular o clima local e, por consequência, o clima regional e até o global. Num estado que sofre com a desertificação, a manutenção dessas florestas significa não ter desertificação no restante”, analisa Hugo Fernandes, biólogo e professor da Universidade Estadual do Ceará.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, da sigla em inglês) define florestas como áreas maiores do que 0,5 hectare (ou 5 mil m²), com árvores maiores que 5 metros de altura e cobertura de copa superior a 10%.

Para Marcelo Freire Moro, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), há áreas que aparecem (no satélite) como vegetação, mas já não é mais a Caatinga ou floresta úmida na sua forma conservada. “Temos uma tendência ao desmatamento. Apesar de o Ceará ainda ter uma cobertura vegetal razoável, parte dela é degradada porque passou por incêndio, corte de madeira e tem menos biodiversidade”, explica.

Fonte- A voz de Santa Quitéria