‘Barulho de um trovão’, diz morador no epicentro de tremor de terra no Ceará
Um tremor de terra de magnitude 2,7 assustou moradores das cidades de Chorozinho e Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, e Beberibe, no litoral leste do Ceará. O fenômeno ocorreu na noite desta quarta-feira (26), por volta das 21h47.
“Em algumas casas as telhas tremeram, as portas tremeram. Na minha, eu senti o chão do segundo andar tremer junto a um barulho de um trovão. Na casa da minha tia, por exemplo, foi mais forte do que na minha, ela sentiu a cama tremer junto às telhas. Os moradores da minha rua também sentiram”, relatou Augusto Brito, residente do Centro de Chorozinho.
Conforme o sismólogo Eduardo Menezes, Laboratório de Sismologia (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, os moradores de Chorozinho sentiram o tremor com maior intensidade porque a cidade foi o epicentro do fenômeno.
“Um tremor dessa magnitude é considerado pequeno. Normalmente não causa nenhum dano, só mesmo o susto na população, que sente a vibração e escuta o estrondo. Ele é possível de ser sentido em um raio de 30 quilômetros do epicentro”, explicou Eduardo Menezes.
Ainda segundo o sismólogo, além desse tremor sentido pela população local, o laboratório registrou outros tremores de menor frequência na região.
“Alguns períodos há maior oscilação de tremores, mas não há como fazer uma previsão. A gente sabe é que o Ceará tem repetições desses eventos”, disse o sismólogo.
Causas dos tremores
No último dia 13, um tremor de terra também foi sentido em Orós, no sertão central cearense. O abalo sísmico teve magnitude de 2,1, conforme o Laboratório Sismológico.
Dois dias antes, a cidade de Senador Sá, na região norte, teve outro abalo de terra, de magnitude 1,5, conforme o laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que monitora tremores na região Nordeste.
De acordo com Eduardo Menezes, que estuda movimentos sísmicos no Nordeste brasileiro, os tremores ocorrem devido a fossas subterrâneas que estão constantemente em atividade sismológica.
As fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no Oceano Atlântico, que ligam a América do Sul ao continente africano. Os tremores também podem estar relacionados à atividade sismológica das placas tectônicas.
O mais forte tremor registrado na região foi também em Sobral, em 2009, e chegou a 4,3. Esse tremor causou rachaduras em estruturas de concreto e derrubou móveis em residências e comércios. O tremor atingiu uma área de 200 quilômetros de raio e chegou a afetar cidades do litoral cearense, como Fortaleza.
Fonte- G1