Oito de cada dez quilombolas do Ceará estão fora de terra delimitada, diz IBGE

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Cerca de 80% dos quilombolas identificados no Ceará não vivem em territórios oficialmente delimitados como pertencentes ao grupo. Os dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Censo Demográfico de 2022. Esta é, inclusive, a primeira vez que a pesquisa traz quilombolas como um grupo étnico.

O Ceará tem 23.955 quilombolas, segundo o levantamento, e, destes, 19.360 não vivem nos territórios oficiais. O estado tem 15 territórios ocupados por quilombolas espalhados por municípios do interior. Contudo, cinco foram decretados como territórios quilombolas.

Seis contam com portarias de reconhecimento, e ainda falta a regularização fundiária. Outros quatro estão na fase inicial do processo de reconhecimento como território quilombola, o chamado Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID).

O IBGE ressaltou que, para a inserção inédita, o Censo Demográfico 2022 fez um recorte para abordar as características desse contingente populacional, ao inserir nos questionários, com metodologia adaptada, as perguntas “Você se considera quilombola?” e “Qual o nome da sua comunidade?”.

A entidade explicou que a investigação dessa temática contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas de todo o Brasil às quais atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados.

Os municípios cearenses com a maior quantidade proporcional de quilombolas são:

Salitre, com 10,85% da população
Tururu, com 9,23% da população
Moraújo, com 8,98% da população

Fonte- G1

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