Maioria dos municípios do Ceará tem menos de um médico para cada mil pessoas

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A situação é pior em alguns municípios da Região Norte, como é o caso de Cariré e Santana do Acaraú com 0.1 para cada mil habitantes, além de cidade de Pacujá que tem um percentual ainda menor.

A área de saúde do estado do Ceará está cada vez mais complicada principalmente em relação a quantidade de profissionais médicos para atender a população dos municípios. De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), referentes a julho de 2023, dos 184 municípios cearenses, 149 dos apresenta menos de um médico atendendo pelo SUS, para cada mil habitantes.

As cidades com maior disponibilidade de médicos na rede estão Barbalha com 6,5, Fortaleza com 2,6 e Cascavel com 2,5. Algumas cidades com a menor proporção de médicos por habitantes estão na Região Norte, como é o caso de Cariré e Santana do Acaraú com 0.1, e a cidade de Pacujá aparece com quadro zerado. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Flávio Marcílio Saraiva, essa informação não é reconhecida pela gestão do município e afirma que hoje existem 3 médicos atuando nos 3 postos de saúde da cidade.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há um índice definido como ideal para países, estados ou cidades, porém o governo brasileiro utiliza a taxa do Reino Unido, que tem sistema público de saúde usado como parâmetro a média de 2,7 médicos por mil habitantes. Em Sobral a média é de 2,11 para cada mil habitantes, ou seja, bem abaixo da média do Brasil. De acordo com os dados do CNES, o município de Sobral tem atualmente 430 médicos atuando no sistema de saúde do município.

Segundo o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems/CE), Rilson Andrade, a defasagem do número de profissionais no interior do Estado prejudica principalmente a atenção primária, base do sistema de saúde.

Para o diretor de políticas públicas do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), Arthur Aguillar, a atenção básica é a mais prejudicada no interior, já que os serviços secundários e terciários “tendem a estar em capitais ou polos regionais”. Artur Aguillar destaca também que questões financeiras, de estrutura e pessoais dos médicos são os principais fatores citados pelos gestores e especialistas como motivos para o número insuficiente de profissionais da categoria no Ceará, sobretudo no interior.

Até julho deste ano, o Ceará tinha 6.042 equipes de saúde de diversos tipos, ou seja, 307 a mais em relação a dezembro de 2022. A maioria delas é de saúdes da família (2.983) e bucal (2.380). Fortaleza concentra 951 das equipes, de acordo com dados do CNES, seguida por Juazeiro do Norte (172) e Sobral (145).

Fonte : Diário do Nordeste

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