Tecnologia na educação: desafios e oportunidades para as redes de ensino

Foto: Agência Brasil
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O Brasil recentemente sancionou a Política Nacional de Educação Digital (PNED), que garante o acesso a recursos, ferramentas e práticas digitais

A tecnologia faz parte do cotidiano de crianças e jovens, que estão cada vez mais conectados e familiarizados com dispositivos como computadores, laptops, celulares e tablets. Mas como aproveitar esse potencial para melhorar a qualidade da educação nas escolas brasileiras? Essa é uma questão que desafia as redes de ensino, que buscam caminhos para incorporar ou mesmo restringir a tecnologia nas salas de aula.

O Brasil recentemente sancionou a Política Nacional de Educação Digital (PNED), que tem como objetivo garantir o acesso da população, especialmente das mais vulneráveis, a recursos, ferramentas e práticas digitais. A PNED prevê quatro eixos de atuação: inclusão digital, educação digital escolar, capacitação e especialização digital e pesquisa e desenvolvimento em tecnologias da informação e comunicação.

No entanto, a implementação da PNED enfrenta diversos obstáculos, como a falta de infraestrutura, de formação docente, de recursos pedagógicos e de uma cultura digital nas escolas. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no final de 2022, 3,4 mil escolas no país não tinham acesso à energia elétrica, 9,5 mil não tinham acesso à internet e 46,1 mil não tinham laboratórios de informática.

Além disso, há uma lacuna entre as abordagens pedagógicas tradicionais e as novas demandas da sociedade contemporânea. O professor Gilberto Santos, da área de tecnologias da educação da Universidade de Brasília (UnB), afirma que as novas tecnologias educativas não foram acompanhadas de novas práticas pedagógicas inovadoras. “Passados 30 anos, continuamos tateando, porque as tecnologias evoluíram, evoluem e nós, profissionais da educação, ainda não encontramos um norte, do ponto de vista pedagógico, que oriente novas práticas”, diz Santos.

Para os estudantes, a tecnologia na educação é uma oportunidade de tornar o aprendizado mais dinâmico, interativo e significativo. A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, defende que a tecnologia é indispensável para transformar a educação. “A gente vive falando que a educação é a mesma de 50 anos atrás e que precisa se transformar para os estudantes terem vontade de ir para a escola e aprender, que não seja só ir para a escola, sentar na cadeira, assistir o professor falando e ir embora”, diz Beatriz3.

No entanto, ela ressalta que a tecnologia deve ser usada com responsabilidade e com o objetivo de promover a inclusão social. “Hoje é impossível fazer qualquer coisa sem acesso à internet”, afirma Beatriz3. Ela lembra que muitos estudantes enfrentam dificuldades para acompanhar as aulas remotas durante a pandemia de covid-19 por falta de equipamentos ou de conexão adequada.

Diante desse cenário, as redes de ensino têm o desafio de encontrar soluções criativas e eficazes para integrar a tecnologia na educação, respeitando as especificidades locais e as necessidades dos alunos e professores. Alguns exemplos são o uso de plataformas digitais para compartilhar conteúdos e atividades; o desenvolvimento de projetos interdisciplinares envolvendo computação, programação e robótica; a formação continuada dos docentes para o uso pedagógico das tecnologias; e o estímulo ao letramento digital e informacional dos estudantes.

A tecnologia na educação é uma realidade que não pode ser ignorada nem subestimada. Ela pode ser uma aliada para ampliar as oportunidades de aprendizagem, desenvolver novas competências e preparar os estudantes para um mundo cada vez mais tecnológico. Mas isso requer planejamento, investimento, participação e avaliação constantes das redes de ensino.

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