A ansiedade que toma conta do mundo

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Os brasileiros vivem um surto silencioso que ameaça à saúde e ainda vive cercado de estigma e vergonha: ansiedade e depressão. Levantamento do Instituto Ipsos mostra que 53% da população foi diagnosticada como ansiosa e que 21% são depressivos.
As transformações da pandemia foram cruciais para afetar a saúde mental dos cidadãos, com a incerteza, o risco de vida e as exigências de isolamento e redução do contato com pessoas próximas. Esse fator se soma à histórica insegurança financeira, à pressão do mercado de trabalho e do sistema educacional e os conflitos que se acirraram inclusive no interior do círculo familiar.
Seis em cada sete ansiosos são mulheres, e pouco menos que cinco em cada dez têm entre 18 e 34 anos. Se levado a um grau mais extremo de esgotamento, o burnout, a proporção em ambos os grupos beira oito em cada dez brasileiros.
Não se trata de um problema íntimo e individual, como corriqueiramente os transtornos de ansiedade são abordados pela sociedade. Ele tem profundas implicações na sociedade e na economia global. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), ansiedade e depressão respondem por 12 bilhões de dias de afastamento de trabalhadores em todo o mundo e por perdas financeiras estimadas em US$ 1 trilhão – o equivalente ao Produto Interno Bruto anual de um país como a Arábia Saudita. Apesar da gravidade do problema, muito poucos fazem acompanhamento regular com o médico. De acordo com a pesquisa do Ipsos, apenas 25% dos afetados por ansiedade e depressão fazem consultas mensais.

Editorial Jornal Paraíso 11/09/2023

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