O país que não leva a sério os esportes

Compartilhe

O Ministério dos Esportes saiu das mãos da ex-atleta e experiente gestora de políticas públicas Ana Moser e passa a ser comandada por André Fufuca (PP-MA). O deputado federal não possui em seu currículo qualquer atividade próxima da área desportiva.
A mudança realizada para acomodar o centrão no governo federal é mais um triste capítulo na história de descaso com o esporte no Brasil. A área que tem potencial para promover a inclusão social e a saúde, mais uma vez, serve como moeda de troca.
A precariedade do esporte brasileiro fica evidente a cada quatro anos em razão das Olimpíadas. Vêm à tona histórias de superação de atletas que conquistaram o pódio apesar da falta de estrutura. Mas as modalidades de alto rendimento são apenas a parte visível da ausência de recursos no esporte em todo o país.
No Brasil, os investimentos do Ministério dos Esportes vêm caindo gradativamente nos últimos anos, segundo o projeto Transparência no Esporte, da Universidade Federal de Brasília. Após o boom de recursos devido à Rio-2016, o investimento público na área caiu R$ 350 milhões.
Os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2020 mostram que de 135.263 escolas do ensino fundamental I ao médio, 47% não possui nenhuma instalação para a prática desportiva. Ou seja, o poder público falha exatamente no momento crucial da formação de milhões de jovens. Nações que atingem o topo do quadro de medalhas têm em comum a democratização do esporte nas escolas. Um exemplo clássico são as universidades dos Estados Unidos que investem na prática de diversas modalidades.

Editorial Jornal Paraíso 12/09/2023

Você pode gostar...

1 Resultado

  1. ivanilson nunes disse:

    gostaria de sugerir uma proposta de matéria. É possível?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content