De acordo com Rita Tabosa, que há nove anos cuida de sua mãe, dona Maria Tabosa, 88, a tarefa lhe deixa física e mentalmente esgotada

O último dia 21 de setembro foi o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer. A data, criada pela Associação Internacional do Alzheimer, tem como objetivo fortalecer, divulgar informações sobre os sintomas, formas de tratamentos e orientar familiares de pacientes.

A maioria das pessoas diagnosticados com a doença é cuidada pela própria família. O amor que une pais e filhos é capaz de superar muitos desafios, inclusive os impostos pela doença, uma condição degenerativa que afeta a memória e outras funções cognitivas. Esse amor exige cuidado, não só com o paciente, mas também com o cuidador, que se desgasta física e emocionalmente ao acompanhar o processo da doença.

A cearense de Massapê, a dona de casa Rita Tabosa, 48, que mora atualmente em Caraguatatuba-SP, filha de dona Maria Tabosa, 88, ao saber do diagnóstico de Alzheimer de sua mãe, a levou para São Paulo para cuidar dela. Rita Aguiar é mãe de três filhas e divide as tarefas de casa com sua filha caçula. Mãe de seis filhos, cinco genético e uma adotada, dona Maria ficou viúva há 30 anos e desde então depende dos filhos.

Rita falou para o Portal Paraíso que, como sua filha trabalha e estuda, sua maior dificuldade é a falta de alguém para ajudar a banhar dona Maria e lavá-la de um lado para o outro. “Apesar de estar me sentindo esgotada, no meu limite, com problema na coluna sentindo muitas dores, sei que minha mãe está pior que eu e precisa de laguém que lhe dê atenção e cuidado”, disse.

Emocionalmente Rita disse que é muito difícil manter o equilíbrio e às vezes tem medo de adoecer mentalmente. “Se eu parar pra pensar no quanto é triste ver ela desse jeito eu começo chorar. Evito o máximo de pensar em qualquer situação. Vou fazendo o que tem que ser feito todos os dias e assim vai passando o tempo. É muito difícil manter o equilíbrio, as vezes eu tenho medo de chegar ao um ponto que eu perca o controle e desabe”, disse Rita Tabosa.

A história de Rita ilustra a realidade de muitos cuidadores de pacientes com Alzheimer no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), estima-se que existam cerca de 1,2 milhão de pessoas com a doença no país e que cada uma delas depende de pelo menos um cuidador.