O Brasil que não valoriza educação
O caminho para um Brasil mais competitivo internacionalmente, com crescimento sustentado e com melhor distribuição de renda passa obrigatoriamente por investimentos sólidos em educação. Infelizmente, essa não é a realidade demonstrada no recém-lançado relatório Education at a Glance 2023, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O investimento por aluno brasileiro do ensino fundamental ao superior é aproximadamente um terço da média dos países da OCDE. E, no caso da educação básica, só está à frente de México e África do Sul. São US$ 2,981 por aluno contra US$ 10.510 na média dos países do grupo. Além disso, no período entre 2019 e 2020, houve uma retração de 10,5% nos recursos públicos destinados ao ensino, enquanto os gastos com outros serviços cresceram 8%. O que se deve, segundo os autores da pesquisa, às demandas excepcionais decorrentes da pandemia do corona vírus.
Mas o déficit na educação não é uma questão pontual, e sim um problema estrutural que se arrasta ao longo da história brasileira. Mesmo iniciativas como o Plano Nacional de Educação (PNE), criado para nortear os esforços para o desenvolvimento do ensino, não têm sido suficiente. Pelo PNE, até o ano que vem, o governo deveria estar investindo 10% do Produto Interno Bruto em educação, mas, até o ano passado, esse índice ainda estava em 5,5%, de acordo com levantamento do INEP.
✒️Editorial Jornal Paraíso 25/09/2023