Cartão empobrece o brasileiro

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O cartão de crédito segue sendo uma navalha, como cantou Cazuza, que corta grande parte do orçamento das famílias. Os juros do rotativo chegaram ao assustador patamar de 445,7% ao ano, segundo o Banco Central (BC). A escalada dos juros nessa modalidade de crédito deve apressar as tratativas do Ministério da Fazenda do BC para a mudança nas regras da cobrança. A crise de inadimplência eleva os riscos para o sistema financeiro.
As propostas do Ministério da Fazenda e do Banco Central passam pela redução ou até eliminação do rotativo do crédito. A ideia, porém, pode não solucionar o problema no longo prazo e ainda limitar o acesso ao crédito para famílias de baixa renda. Uma solução para o endividamento das famílias é urgente para destravar a economia. A proporção de famílias com o nome no vermelho no país chegou a 78,1% em julho, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado é 0,4% menor do que o registrado no mês anterior. A pequena queda do endividamento foi estimulada pelo programa Desenrola, do governo federal.
Dados de mercado do Banco Central apontam que a inadimplência está diretamente relacionada ao nível de renda. Quanto maior a renda familiar, menor a quantidade de dívida. O nome negativado, então, é um dos mais tristes efeitos do empobrecimento da população. A pesquisa Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro 2022, realizada pelo Instituto Opinion Box em parceria com a Serasa, revelou que 51% dos entrevistados endividados sentem vergonha da situação.

✒️Editorial Jornal Paraíso 26/09/2023

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