As provas também terão adaptações para pessoas com daltonismo

Pela primeira vez em 25 anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá provas coloridas. A novidade visa elevar o nível de inclusão e acessibilidade dos participantes, além de trazer uma inovação pedagógica. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, atende a uma demanda que surgiu dos próprios estudantes.

Segundo o Inep, as provas coloridas podem aprimorar a compreensão e a leitura para pessoas com deficiência visual ou baixa visão, pois tornam as informações mais distinguíveis e legíveis. A coordenadora-geral de Exames e Instrumentos do Instituto, Fernanda Cristina dos Santos Campos, afirmou que as cores, somadas ao tamanho da fonte, garantem que a informação seja realmente acessível a todos.

O Inep também contou com a ajuda da Comissão de Assessoramento Técnico-Pedagógico em Adaptação para aprimorar os exames e avaliações aplicados pelo Instituto, no que diz respeito à acessibilidade.

As provas também terão adaptações para pessoas com daltonismo, que é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores. Fernanda Campos explicou que a prova oferece uma maneira alternativa de distinguir informações por meio de tons e contrastes, que facilitam a identificação dos elementos visuais.

Alguns estudantes que vão fazer o Enem elogiaram a mudança. Arthur Tomaz, 17 anos, que tem um grau leve de daltonismo, disse que o formato do Enem vai ajudar na visualização. Kaíque Moraes Lopes, 18 anos, disse que a mudança vai auxiliar na compreensão e na resposta aos itens, especialmente nas questões que envolvam artes.

O Enem é o principal exame para ingressar na educação superior no Brasil. Ele avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Os resultados são usados como critério para acesso a programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).