Exército e PM realizam operação em Guarulhos para localizar metralhadoras furtadas de quartel
Ação é realizada em imóvel de Guarulhos, onde supostamente o armamento estaria escondido.
Equipes do Exército e da Polícia Militar (PM) realizaram uma operação conjunta para localizar quatro metralhadoras que foram furtadas em setembro do Arsenal de Guerra, em Barueri (SP). A ação é realizada em Guarulhos, região da Grande São Paulo. Outras 17 já foram recuperadas, no Rio de Janeiro e em São Roque, cidade do interior paulista.
Os mandados de busca e apreensão são para residências em que os armamentos, todos antiaéreos e de calibre .50, podem estar guardados. Até o momento, nenhuma dessas armas foi localizada, bem como os suspeitos também não foram presos.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, o armamento teria como destino as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
As metralhadoras foram furtadas entre os dias 5 e 8 de setembro. As investigações apontam que militares teriam cortado intencionalmente a luz do do Arsenal de Guerra do Exército para cometer o crime.
Com o corte de energia, o sistema de segurança parou de funcionar. Na perícia, foram encontradas impressões digitais de militares do quartel em alguns quadros de luz.
Sete militares são investigados pelo caso, e agora, os investigadores avaliam se os indícios reunidos até o momento são suficientes para pedir à Justiça a prisão dos suspeitos. Os sigilos bancário e fiscal foram pedidos e pode ajudar a identificar quem negociou as armas com o crime organizado.
A última vez que as armas foram recontadas no arsenal foi no dia 6 de setembro, e a partir do dia 7, foi verificado somente se a porta do depósito estava lacrada. Mais de 30 dias depois, no dia 10 de outubro, um subtenente viu sinais de arrombamento no local, e percebeu que o lacre numerado havia sido trocado.
Os militares responsáveis por conferir se o lacre era o mesmo colocado no dia 6 de setembro estão sendo investigados por infrações disciplinares. As impressões digitais de um cabo, motorista do então diretor do arsenal de guerra, o tenente-coronel Rivelino Barata de Souza Batista, também foram encontradas por peritos.
O motorista não tinha autorização para circular pelo local, mas a suspeita é de que ele tenha aproveitado o livre acesso que tinha ao quartel como homem de confiança.
Além disso, a principal linha de investigação aponta que ele teria usado uma viatura oficial do diretor para tirar as metralhadoras do quartel sem levantar suspeitas. Militares confirmaram à reportagem que o carro do diretor raramente era revistado quando chega ou sai do quartel. O tenente coronel não é investigado no inquérito que apura o furto. Ele foi exonerado do cargo e será transferido.