Crédito desacelera e rentabilidade dos bancos cai no primeiro semestre

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O lucro líquido do sistema bancário nos últimos 12 meses encerrados em junho foi R$ 134,4 bilhões, uma redução de 6% em relação ao mesmo período de 2022dvdvd

O Banco Central (BC) divulgou hoje (9) o Relatório de Estabilidade Financeira referente ao primeiro semestre de 2023, que mostra um cenário de desaceleração do crédito e queda da rentabilidade dos bancos. Segundo o documento, o lucro líquido do sistema bancário nos últimos 12 meses encerrados em junho foi R$ 134,4 bilhões, uma redução de 6% em relação ao mesmo período de 2022.

O BC atribuiu o recuo da rentabilidade ao aumento de despesas com provisões (reserva sobre riscos de crédito), despesas de captação (o quanto é pago pela oferta do crédito) e custos administrativos. No entanto, a autarquia afirmou que o sistema bancário permanece rentável e com perspectivas positivas nos próximos meses.

“O ciclo gradual de flexibilização monetária [queda dos juros básicos] é favorável, pois reduzirá as despesas de captação dos bancos, ao mesmo tempo em que o estoque de crédito permanecerá com proporção ainda relevante de concessões recentes a taxas mais altas”, explicou o BC. “Além disso, o novo ciclo tende a aumentar a demanda por crédito e outros serviços bancários, além de reduzir a pressão sobre a capacidade de pagamento de famílias e empresas”, completou.

Em setembro, pelo quarto mês seguido, a taxa média de juros das concessões de crédito teve queda, desacelerando em 12 meses. O comportamento dos juros bancários ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, também vem sendo reduzida. A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação e está em 12,25% ao ano.

Até o fim do ano, a previsão dos analistas é que a Selic caia para 11,75%. Com isso, a taxa de captação dos bancos vem recuando. A elevação da taxa básica ajuda a controlar a inflação porque causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. Quando o BC diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.2de10

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