A Polícia Federal deflagrou a Operação Salus, desmantelando um esquema de fraudes à licitação, superfaturamento de produtos e desvio de verbas públicas na Secretaria de Saúde de Campina Grande, no final de 2020, período crítico da pandemia de COVID-19.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Salus, desmantelando um esquema de fraudes à licitação, superfaturamento de produtos e desvio de verbas públicas na Secretaria de Saúde de Campina Grande, no final de 2020, período crítico da pandemia de COVID-19.

As investigações apontam para um superfaturamento médio de 111% na aquisição de gêneros alimentícios não perecíveis pela prefeitura municipal. Alguns itens foram reajustados em incríveis 299%, sem justificativa plausível, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 340 mil aos cofres públicos.

O secretário municipal de saúde está planejando nas investigações para aprovar um contrato inicial de aproximadamente R$ 800 mil para aquisição dos gêneros fornecidos. Surpreendentemente, apenas 60 dias depois, um termo aditivo foi assinado, reajustando os valores para mais de R$ 1,65 milhão, em um período em que a inflação oficial não ultrapassou os 2%.

A suspeita de que a empresa fornecedora seja apenas uma fachada ganha força, uma vez que o endereço cadastrado revelou-se um imóvel inacabado e abandonado, levantando questionamentos sobre a legitimidade do negócio.

A Operação Salus resultou na execução de dois mandatos de busca e apreensão, emitidos pela 4ª Vara Federal de Campina Grande. Um deles foi cumprido no apartamento do empresário responsável pelo fornecimento dos produtos superfaturados, enquanto o outro foi realizado na residência da ex-secretária municipal de saúde.

Além disso, o Juízo Criminal determinou a quebra do sigilo telemático dos envolvidos, bem como o bloqueio de contas e o sequestro de bens no valor de R$ 340.286,77. Até o momento, não houve prisões relacionadas à operação.