Tesouro Direto registra mais vendas do que resgates em outubro
Os resgates se referem apenas às recompras de títulos públicos, ou seja, quando o investidor decide antecipar o recebimento do valor aplicado
O Tesouro Direto, programa que permite a compra e venda de títulos públicos pela internet, teve um saldo positivo de R$ 659,6 milhões em outubro deste ano. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Tesouro Nacional, as vendas de títulos somaram R$ 3,325 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 2,666 bilhões.
Os resgates se referem apenas às recompras de títulos públicos, ou seja, quando o investidor decide antecipar o recebimento do valor aplicado. Não houve resgates por vencimentos, que ocorrem quando o prazo do título termina e o Tesouro Nacional paga o principal mais os juros ao investidor.
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os indexados à taxa Selic, que corresponderam a 62,8% do total das vendas. Esses títulos têm a rentabilidade atrelada à taxa básica de juros da economia, que está em 12,25% ao ano. Em março de 2021, a Selic estava em 2% ao ano, o menor nível da história, mas foi elevada pelo Banco Central em sete reuniões consecutivas, até agosto deste ano, quando iniciou um ciclo de redução.
Os títulos corrigidos pela inflação, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tiveram participação de 26,1% nas vendas. Esses títulos garantem uma rentabilidade real, ou seja, acima da variação dos preços. Os títulos prefixados, que têm uma taxa de juros definida no momento da compra, representaram 11,1% das vendas.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 125 bilhões no fim de outubro, com aumento de 1,3% em relação ao mês anterior (R$ 123,4 bilhões) e de 23,4% em comparação a outubro do ano passado (R$ 101,2 bilhões).
O número de investidores cadastrados no programa chegou a 26.161.352, com um crescimento de 21,3% nos últimos 12 meses. Desse total, 2.427.088 são investidores ativos, que têm operações em aberto no Tesouro Direto, um aumento de 15,4% em 12 meses. Em outubro, foram registrados 360.887 novos cadastros e 23.598 novos investidores ativos.
A procura do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo elevado número de vendas de até R$ 5 mil, que corresponderam a 84,3% do total de 582.581 operações realizadas em outubro. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 63,1%. O valor médio por operação foi de R$ 5.708,87.
Os investidores têm preferido papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo de um a cinco anos representaram 32,4% e as de cinco a dez anos, 49,7% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo corresponderam a 17,9% das vendas.
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar a aplicação em títulos públicos e permitir que pessoas físicas adquirissem esses papéis diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem intermediação de agentes financeiros. O investidor só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor aplicado com um rendimento que pode variar de acordo com a Selic, a inflação, o câmbio ou uma taxa fixa definida antecipadamente no caso dos títulos prefixados.