Indústria brasileira investe em sustentabilidade e busca fontes renováveis de energia
A informaçãos tem como base pesquisa realizada com 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todos os estados
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a indústria brasileira está cada vez mais comprometida com a sustentabilidade ambiental e a descarbonização da economia. Segundo o levantamento, a maioria das empresas industriais já adota medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos, otimizar o consumo de energia e de água e investir em fontes renováveis de energia.
A pesquisa foi realizada com 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todos os estados, entre os dias 3 e 20 de novembro, pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB. O objetivo foi conhecer as ações e as prioridades da indústria para contribuir com a sustentabilidade e a descarbonização do país.
O levantamento elencou nove ações para melhorar a sustentabilidade ambiental na linha de produção. Do total de indústrias que participaram da pesquisa, 36% adotam de cinco a seis ações e 22% adotam de sete a oito ações. As empresas que não desenvolvem nenhuma medida relacionada à sustentabilidade somam 3%.
Entre as ações mais adotadas pelas empresas estão: reduzir a geração de resíduos sólidos (89%), otimizar o consumo de energia (86%) e otimizar o uso de água (83%). Outras ações incluem: reciclar ou reutilizar resíduos sólidos (79%), implantar sistemas de gestão ambiental (75%), reduzir as emissões de gases de efeito estufa (69%), usar fontes renováveis de energia (53%), compensar as emissões de gases de efeito estufa (37%) e adquirir créditos de carbono (19%).
Os empresários também elencaram as ações prioritárias para que a indústria contribua com a descarbonização do país: modernização de máquinas (27%), uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%). Outras medidas citadas foram investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%).
A dificuldade de crédito ou financiamento foi apontada como barreira para implantar ações de sustentabilidade por 22% dos entrevistados e 67% demonstraram interesse em acessar linhas de crédito para iniciativas sustentáveis.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a indústria brasileira já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. “Nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”, destacou, em nota.
O principal foco de investimento dos empresários industriais para incrementar as ações sustentáveis nos próximos dois anos é o uso de fontes renováveis de energia, citado por 42% dos entrevistados, seguido por modernização de máquinas (36%) e medidas para otimizar o consumo de energia, indicado como prioridade para 32%.
A pesquisa mostra que 53% das indústrias já têm projetos voltados para o uso de fontes renováveis de energia. A fonte solar é a que concentra o foco dessas iniciativas, que responde por 91% delas. Biomassa (5%), eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) respondem pelas demais fontes sendo estudadas pelas empresas.
A indústria brasileira tem um papel fundamental na transição para uma economia de baixo carbono, que é um dos objetivos do Acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
A pesquisa da CNI indica que a indústria brasileira está alinhada com esse compromisso e busca soluções para produzir de forma mais limpa e eficiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país e do planeta.