Programa Mais Médicos terá recorde de profissionais até o fim do ano

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 28 mil médicos estarão atuando nos municípios

O Programa Mais Médicos, que leva atendimento médico para as regiões mais carentes do país, terá um recorde de profissionais em campo até o fim deste ano. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 28 mil médicos estarão atuando nos municípios, sendo que 3,5 mil deles estão concluindo o curso de capacitação nesta semana. Esta é a maior turma em formação desde o lançamento do programa há 10 anos.

O curso de capacitação é uma das etapas obrigatórias para os médicos que se inscreveram no programa, que teve 34 mil pedidos de inscrição no primeiro semestre, o maior número da história. O curso tem duração de 30 dias e é realizado em três polos: São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Os médicos que fazem o curso em São Paulo farão uma prova nesta terça-feira (28) para ingressar no programa. A prova aborda temas como atenção primária à saúde, acolhimento dos pacientes e políticas públicas voltadas para as populações vulneráveis.

“A gente vai pensar na população quilombola, na população ribeirinha, na atenção à saúde prisional, na população LGBTQIA+, e a gente traz tanto essas políticas como alguns problemas de saúde mais prevalentes, como hipertensão e diabetes, mas também tuberculose, hanseníase, malária, covid, raiva”, disse Mariana Tomasi Scardua, coordenadora pedagógica do Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv) – Polo São Paulo.

Os médicos aprovados na prova terão de 4 a 8 de dezembro para se apresentar nos municípios onde irão trabalhar. Atualmente, 20 mil médicos estão alocados no programa, que atende cerca de 63 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios. O objetivo do Ministério da Saúde é ampliar ainda mais o programa, que foi retomado neste ano após ser interrompido em 2019.

“No primeiro semestre já foi possível recompor o quantitativo de profissionais que estavam no programa ao longo do tempo. Ele vinha sendo bastante descaracterizado e, agora, nesse segundo semestre, estamos providenciando vagas novas. Vamos chegar a 28 mil médicos alocados até o final deste ano”, disse Felipe Proenço de Oliveira, secretário adjunto de Atenção Primária do Ministério da Saúde.

O programa também abriu espaço para os médicos formados no exterior ou estrangeiros, que vão receber um registro temporário para atuar enquanto não passam pelo Revalida, exame que valida diplomas de medicina de formados fora do Brasil. Nídia Machado é formada na Nicarágua e já trabalhou no Brasil com uma liminar, mas perdeu o direito de exercer a profissão após o fim do processo. Ela disse que há similaridades entre as doenças encontradas no seu país e, especialmente, na Região Norte do Brasil.

A médica Gabriela Ferrari Santos participa do curso em São Paulo e avalia o programa como uma oportunidade para levar atenção básica a toda população. “Para que o brasileiro entenda a importância do SUS [Sistema Único de Saúde], colocar o SUS em prática de verdade e mostrar para a nossa gente que a gente tem o melhor sistema”, avalia.

O Programa Mais Médicos foi criado em 2013 com o objetivo de ampliar o acesso à saúde nas regiões mais remotas e vulneráveis do país, por meio da contratação de médicos brasileiros e estrangeiros. O programa também prevê ações de formação e qualificação dos profissionais, além de investimentos em infraestrutura e equipamentos para as unidades de saúde.

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