Educação técnica é um dos investimentos públicos mais rentáveis no Brasil

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A pesquisa analisou 76 estimativas do impacto da educação técnica, presentes em 16 estudos selecionados

Uma pesquisa realizada pelo Insper em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco revelou que a educação técnica é um dos investimentos públicos mais rentáveis no Brasil, pois gera um retorno significativo para os egressos da formação profissional e tecnológica de nível médio. Segundo o estudo, a cada R$ 1 investido nesse tipo de educação, o profissional formado tem um aumento na própria remuneração superior a R$ 3.

A pesquisa analisou 76 estimativas do impacto da educação técnica, presentes em 16 estudos selecionados, e constatou que os profissionais que concluíram esse nível de educação têm mais chances de estar no mercado de trabalho formal, de ter uma ocupação e de receber uma remuneração maior do que aqueles que não têm essa formação.

De acordo com o estudo, os egressos da educação técnica têm 5,5 pontos percentuais (pp) a mais de probabilidade de estar no mercado de trabalho formal do que os trabalhadores sem formação. Já as chances de emprego formal para os egressos da formação técnica de nível médio são 6,2 pp superiores quando comparados com os que não concluíram o ensino superior.

A pesquisa também mostrou que a formação profissional de nível médio aumenta em 6,8 pp a probabilidade de o indivíduo estar ocupado ou procurando trabalho quando comparado àqueles que têm somente o ensino médio regular completo. Além disso, o jovem que cursar ensino técnico terá, ao longo da sua vida profissional, remuneração, em média, 32% mais elevada do que a renda daqueles que concluem o ensino médio regular.

“Os dados do estudo revelam que a conclusão de cursos técnicos não apenas aprimora as habilidades individuais, mas também reduz significativamente as chances de os egressos atuarem no segmento informal da economia. Esta constatação enfatiza a importância estratégica de promover e fortalecer programas de educação técnica, não apenas como meio de desenvolvimento pessoal, mas também como um eficaz instrumento na construção de uma força de trabalho cada vez mais qualificada”, diz o estudo.

Um dos responsáveis pela pesquisa, Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper, afirmou que os profissionais egressos da educação profissional e tecnológica de nível médio recebem remuneração até 12% maior em comparação com aqueles que concluíram somente o ensino médio. Ele defendeu que o curso técnico precisa ser valorizado e melhor aproveitado pela educação superior, por meio de uma complementaridade curricular.

A superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue, destacou que a educação profissional e tecnológica (EPT) tem potencial inegável para transformar a vida dos jovens e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do país. Ela lembrou que recentemente foi aprovado o Marco Legal do Ensino Técnico, que projeta a construção de uma política nacional para os próximos dois anos. “Precisamos avançar na elaboração conjunta dessa política, para que possamos colocar a EPT em outro patamar, com ampla oferta qualificada para os jovens, garantindo retorno positivo em suas vidas”, afirmou.

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