debate alerta para os riscos e as dificuldades enfrentados por esses profissionais

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater as condições de saúde dos trabalhadores da limpeza pública, especialmente os encarregados da varrição das ruas e os que se dedicam à coleta de resíduos sólidos. O debate alerta para os riscos e as dificuldades enfrentados por esses profissionais que para muitos são invisíveis e desvalorizados.

Com a pandemia a produção de resíduos e embalagens descartáveis aumentou, com as pessoas trabalhando em casa e pedindo comida por aplicativos de entrega. Os trabalhadores da limpeza pública estão expostos a diversos agentes nocivos à saúde, como riscos biológicos, de acidentes, químicos, ergonômicos, físicos e psicossociais.

De acordo com especialistas os trabalhadores da limpeza estão expostos às micoses, dores no corpo, de cabeça, doenças respiratórias, intestinais, contaminação por produtos químicos, doenças relacionadas à exposição solar. Além disso muitos têm alimentação irregular, tanto em relação aos horários quanto em relação à qualidade, traz danos à saúde desses trabalhadores.

Entre as sugestões, estavam a realização de campanhas de valorização e de conscientização sobre o papel desses trabalhadores, a garantia de equipamentos de proteção individual e coletiva, a oferta de assistência médica e psicológica, a fiscalização das empresas contratadas pelos órgãos públicos, a formalização dos contratos de trabalho e a implementação de políticas públicas de redução e reciclagem dos resíduos.

Os participantes também defenderam a aprovação de projetos de lei que tramitam na Câmara e que tratam dos direitos dos trabalhadores da limpeza pública, como o PL 1.766/19, que institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador da Limpeza Urbana, e o PL 2.633/19, que cria o Estatuto do Trabalhador da Limpeza Urbana.