Inflação deve fechar o ano em 4,54%, acima da meta do governo
O índice usado para medir a inflação é o IPCA
O ano de 2023 deve terminar com uma inflação de 4,54%, segundo as projeções do mercado financeiro divulgadas pelo Boletim Focus, uma publicação semanal do Banco Central (BC). Esse valor é um pouco maior do que o estimado na semana anterior (4,53%) e menor do que o previsto há um mês (4,63%). O índice usado para medir a inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é considerado a inflação oficial do país.
A inflação de 4,54% está acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25% para 2023. O CMN também define um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, a inflação pode variar entre 1,75% e 4,75%. Se a inflação ficar fora desse intervalo, o BC tem que explicar as razões e as medidas para corrigir a situação.
Para os próximos anos, o mercado financeiro espera uma inflação de 3,92% em 2024, 3,50% em 2025 e 3,50% em 2026. Esses valores estão dentro das metas definidas pelo CMN, que são de 3,50% em 2024, 3,25% em 2025 e 3,00% em 2026, com o mesmo intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A inflação é um fenômeno que afeta o poder de compra da população, pois representa o aumento dos preços dos bens e serviços. A inflação pode ser causada por diversos fatores, como demanda maior do que a oferta, aumento dos custos de produção, desvalorização da moeda, entre outros. O BC tem como principal instrumento para controlar a inflação a taxa básica de juros (Selic), que influencia o crédito, a poupança e os investimentos.
O mercado financeiro manteve a previsão da Selic em 11,75% ao ano para o fim de 2023, há 17 semanas consecutivas. Para 2024, a expectativa é de que a Selic caia para 9,25% ao ano. A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que se reúne periodicamente para avaliar a conjuntura econômica e definir a taxa mais adequada para cumprir a meta de inflação.
Outra variável que afeta a inflação é a cotação do dólar, que tem impacto nos preços dos produtos importados e exportados, além de influenciar as expectativas dos agentes econômicos. O mercado financeiro reduziu a previsão do dólar para o fim de 2023, de R$ 5 para R$ 4,99. Para 2024, a projeção é de que o dólar fique em R$ 5,03; e para 2025, em R$ 5,10.
A última variável analisada pelo Boletim Focus é o crescimento da economia brasileira, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O mercado financeiro manteve a previsão do PIB em 2,84% para 2023, pela segunda semana seguida. Para 2024, a estimativa é de um crescimento de 1,50%; para 2025, de 1,90%; e para 2026, de 2%.
O Boletim Focus é uma publicação que reúne as projeções de cerca de 100 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país. O objetivo é fornecer informações para auxiliar as decisões do BC e do governo, além de orientar o público em geral.