O estudo mostra que a inflação oficial, medida pelo IPCA, foi de 0,20% para as famílias com renda muito baixa, 0,23% para as de renda média e 0,58% para as de renda alta

A diferença entre a inflação dos mais pobres e dos mais ricos aumentou em novembro, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quarta-feira (13). O estudo mostra que a inflação oficial, medida pelo IPCA, foi de 0,20% para as famílias com renda muito baixa, 0,23% para as de renda média e 0,58% para as de renda alta.

Essa disparidade se deve aos diferentes pesos que os itens têm no orçamento das famílias. Enquanto os mais pobres gastam mais com alimentos e habitação, os mais ricos têm maior despesa com transporte e saúde.

Em novembro, os alimentos e bebidas subiram 0,83%, puxados por produtos como arroz, feijão, batata, cebola, carnes e ovos. Esse grupo foi responsável por 80% da inflação dos mais pobres no mês. Já os gastos com habitação aumentaram 0,36%, influenciados pela alta de 1,1% na energia elétrica.

Para os mais ricos, o maior impacto veio do transporte, que subiu 0,87%, principalmente por causa da alta de 19,1% nas passagens aéreas. Outro item que pesou mais para essa faixa de renda foi a saúde e cuidados pessoais, que avançou 0,34%, com destaque para o aumento de 0,76% nos planos de saúde.

No acumulado de 12 meses, a inflação dos mais pobres é de 3,38%, enquanto a dos mais ricos é de 6,09%. A diferença entre esses valores é a maior desde o início da série histórica do Ipea, em janeiro de 2016.

O Ipea usa os dados do IBGE para calcular a inflação por faixa de renda. O indicador considera seis grupos: muito baixa (menor que R$ 1.650,50), baixa (entre R$ 1.650,50 e R$ 2.471,09), média-baixa (entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41), média (entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83), média-alta (entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66) e alta (acima de R$ 16.509,66).