Medo toma conta das escolas
O baixo desempenho em matemática, leitura e ciências não foi a única má notícia para a educação brasileira no relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Além disso, dos estudantes ouvidos, 27% relataram se sentirem solitários na escola e, pior, 22% das meninas e 26% dos meninos afirmaram ter sofrido bullying.
De acordo com o levantamento do Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, de julho a novembro deste ano, foram 5.766 denúncias de violência e ameaça no ambiente escolar em todo o Brasil – um décimo desse valor (575), somente em Minas Gerais.
Nas últimas duas décadas, ocorreram pelo menos 36 casos de violência extrema, incluindo assassinatos, nas instituições de ensino brasileiras, grande parte desses registros nos dois últimos anos.
Aliada à necessidade de sustento financeiro e ao anacronismo de currículos escolares, a insegurança é um dos fatores responsáveis por cerca de dois milhões de crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos estarem fora da escola. Sem falar que tem poucas condições de se concentrar nos conteúdos didáticos um aluno que precisa pensar também se retornará íntegro para casa.
É urgente que Estado, educadores e famílias ajam em conjunto para recuperar a sala de aula como um espaço de segurança e acolhimento aos jovens, para que estes possam se dedicar ao aprendizado e à construção de relações saudáveis e harmônicas.