Nordeste enfrenta alta de casos de covid-19 e preocupa autoridades de saúdes

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil/Arquivo
Compartilhe

Segundo a Fiocruz, em Fortaleza, João Pessoa e Salvador, o cenário é decorrente da covid-19, especialmente na população de idade avançada

A região Nordeste está passando por um aumento de casos de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) divulgados nesta quinta-feira (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O boletim InfoGripe mostra que, entre os dias 3 e 9 de dezembro, período referente à Semana Epidemiológica (SE) 49, cinco estados nordestinos apresentaram sinal de crescimento das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) por covid-19.

De acordo com o boletim, a Bahia, que foi o primeiro estado a registrar a elevação dos casos recentes na região, ainda mantém tendência de crescimento, embora tenha verificado um recuo na última semana. O Ceará, que teve um aumento posterior aos demais estados, segue com alta nos casos semana a semana. O Maranhão, a Paraíba e Pernambuco estão com sinal inicial de aumento recente nos casos, principalmente em pessoas de idade avançada.

“Há sinal de aumento na Bahia, no Ceará, no Maranhão, na Paraíba e em Pernambuco em relação à SRAG por covid-19. No Maranhão, na Paraíba e em Pernambuco, o volume ainda é relativamente baixo, e o ritmo de crescimento é leve, indicando possível início de ciclo”, informou a Fiocruz.

Além dos estados do Nordeste, outros quatro estados apresentaram sinal de crescimento das SRAG por covid-19 na tendência de longo prazo: Acre, Espírito Santo, Mato Grosso e Piauí. Já em Minas Gerais, permaneceu o sinal de estabilidade, mas ainda sem indício claro de queda. “No Acre, no Espírito Santo, em Mato Grosso, no Piauí e em Rondônia, trata-se apenas de oscilação”, completou a fundação.

Em contraste, na região centro-sul, não houve mudança no cenário anterior e continua o sinal de queda em relação à covid-19. Em Minas Gerais, houve interrupção no crescimento e a fase de estabilidade no número de casos continua. Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, que recentemente tinham registrado leve aumento, agora estão classificados apenas como oscilação, disse o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

Capitais em alerta

Dez capitais brasileiras apresentaram sinal de aumento das SRAG na última semana: Aracaju; Campo Grande; Florianópolis; Fortaleza; João Pessoa; Maceió; Rio de Janeiro; Salvador; Teresina e Vitória.

Segundo a Fiocruz, em Fortaleza, João Pessoa e Salvador, o cenário é decorrente da covid-19, especialmente na população de idade avançada. Em Aracaju e Maceió, o sinal atual pode indicar possível início de ciclo, embora o volume de casos ainda seja relativamente baixo e o crescimento seja apenas incipiente.

“No Rio de Janeiro, o crescimento recente se concentra em crianças entre 2 e 14 anos de idade, o que não sugere associação à covid-19. Situação similar se observa em Curitiba”, informou a Fiocruz, acrescentando que em Campo Grande, Florianópolis, Teresina e Vitória, “a análise por faixa etária sugere tratar-se apenas de oscilação”.

O boletim InfoGripe mostrou também que, nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG manteve o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e pessoas idosas. “A incidência de SRAG por covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até 2 anos e na população a partir de 65 anos de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o VSR, rinovírus e adenovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19”, destacou.

Vacinação e prevenção

Diante do cenário atual, Marcelo Gomes reforçou a importância da vacinação, especialmente para esse grupo e com a orientação para tomar a segunda dose da bivalente. “Continuamos fazendo a convocação para se manterem vacinados. Estamos com a recomendação de uma nova dose para a população especialmente dos grupos de risco, ou seja, pessoas de idade avançada e imunocomprometidas.

O pesquisador também alertou para a necessidade de manter as medidas de prevenção contra a covid-19, como o uso de máscara, o distanciamento social e a higiene das mãos. “É importante que a população não relaxe nas medidas de proteção individual e coletiva. A pandemia ainda não acabou e o risco de uma nova onda é real”, afirmou.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content