Bolsa Atleta pode ser reajustado após 12 anos de congelamento

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O benefício está congelado há 12 anos e deve ser corrigido pela inflação do período

O programa Bolsa Atleta, que beneficia milhares de atletas brasileiros, poerá ter um reajuste a partir do ano que vem. O benefício está congelado há 12 anos e deve ser corrigido pela inflação do período. O anúncio foi feito pelo ministro do Esporte, André Fufuca, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu uma delegação de atletas que participou dos Jogos Panamericanos e Parapan-Americanos, em Santiago, no Chile.

O ministro do Esporte destacou as conquistas do esporte brasileiro em 2023 e disse que o governo tem sensibilidade para avançar nas políticas públicas para a área. “Hoje é um dia em que o presidente Lula fez questão de receber os atletas que representaram o Brasil tanto nos Jogos Panamericanos quanto no Parapan. Tivemos um ano de realizações importantes a nível do esporte internacional do nosso país”, afirmou. “Estamos falando aqui da atualização do Bolsa Atleta, do Bolsa Pódio. São programas que, alguns há 10, outro há 12 anos, não têm qualquer tipo de reajuste. E tem toda a sensibilidade do governo federal para poder avançar em resposta a essas ações”, acrescentou.

O Bolsa Atleta é considerado um dos maiores programas do mundo de patrocínio direto aos desportistas e tem o objetivo de garantir condições mínimas de preparação esportiva aos atletas brasileiros, a partir dos 14 anos de idade. O programa é dividido em seis categorias: Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpico/Paralímpico, Pódio, sendo esta última destinada a atletas de elite. Os repasses mensais variam de R$ 370 (base) a R$ 15 mil (pódio). Em 2023, o programa alcançou 7,4 mil atletas, o maior número da história.

O objetivo é que os bolsistas de alto desempenho se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas. A principal categoria do programa abarca os atletas de alto rendimento, que se posicionam entre os 20 primeiros do ranking mundial da modalidade praticada ou prova específica, e que atendam aos critérios estabelecidos pela legislação.

O programa foi criado em 2005, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e tem sido fundamental para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Nos últimos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, realizados em Tóquio, no Japão, em 2021, 80% dos integrantes da delegação olímpica e 95% da paralímpica eram bolsistas do programa federal.

O Brasil teve um desempenho histórico nos Jogos Panamericanos e Parapan-Americanos de Santiago, realizados entre outubro e novembro deste ano. A delegação brasileira que participou dos Jogos Parapan-Americanos fez a melhor campanha da história entre todos os países, com 343 medalhas no total, sendo 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes. Nos Jogos Panamericanos, o Brasil também bateu recorde, com 205 medalhas, sendo 66 de ouro, 73 de prata e 66 de bronze. O país ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas dos Estados Unidos, e garantiu 40 vagas para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

A campanha histórica do Brasil em Santiago teve participação de 635 atletas, maior delegação do país em eventos internacionais, sendo que 469 (73,8%) são beneficiários do Bolsa Atleta. Entre eles, estão nomes como Ana Marcela Cunha, campeã olímpica e pan-americana na maratona aquática; Isaquias Queiroz, medalhista olímpico e pan-americano na canoagem; e Daniel Dias, maior medalhista paralímpico da história, que se despediu das piscinas em Santiago.

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