O Brasil do mesmo jeito
A vida do brasileiro é feita de esperas e crenças de que haverá mudanças, melhorias, desenvolvimento e garantias de direitos. Esse conjunto de utopias serve de bandeira para seculares campanhas políticas, o que prova que o povo, o eleitor em especial, não passa um rolo de massa nas mãos de padeiros inescrupulosos.
É triste se ter a certeza de que o cidadão deste país gosta de ser ridicularizado, desrespeitado e humilhado, simplesmente por ser refém de migalhas dos poderes. Diferente de outros povos constituídos por nobres desbravadores, o Brasil foi saqueado, primeiro pela quadrilha portuguesa, e depois, por outras quadrilhas de diversos país, que fizeram desta terra abençoada um lixão composto de toda sorte de imundices.
A terra “maravilhosa” descrita pelo Caminha, em sua carta ao rei de Portugal, nunca foi tratada como tal, mas sim como um grande depósito de mercadorias à disposição de ladrões de todos os cantos do mundo. Viramos senzala portuguesa, Chatô de imigrantes e mina de riquezas em ouro, prata, diamante e outros artefatos, todos arrancados do nosso solo, para manter a pompa das cortes portuguesas e de outras nações.
Tudo que se via no começo, ainda se pode ver. Os sentimentos do povo ainda são os mesmos de sempre: submissão, covardia e avassalamento. Depois de mais de 500 anos, o modelo da indecência permanece ativo e crescente. O que antes se pensava ser uma nação, se transformou numa antro de perdição comandado pelos três poderes que nos acorrentam.