Brasil é o primeiro país a oferecer vacina contra dengue no SUS
A decisão foi anunciada pelo Ministério da Saúde após a aprovação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec)
O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a incorporar a vacina contra dengue ao seu sistema público de saúde. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Saúde após a aprovação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
A vacina, chamada de Qdenga, é produzida pelo laboratório japonês Takeda e tem eficácia comprovada contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Ela é indicada para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de terem tido ou não a doença anteriormente.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a incorporação da vacina é um marco histórico para o Brasil e para o mundo. Ela disse que o Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, considerando a dimensão da população brasileira e a limitação da oferta de doses pelo laboratório.
“Seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS. E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, explicou.
Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia para utilização da vacina será definida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que vão estabelecer os critérios de elegibilidade, as regiões prioritárias e o cronograma de distribuição das doses. A previsão é que sejam entregues 5,082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, elogiou a decisão do Ministério da Saúde e destacou a importância da vacina para o controle da dengue no país. Ele lembrou que a dengue é uma doença endêmica, que afeta milhões de brasileiros todos os anos e que pode ser fatal.
“A dengue é uma doença que impacta praticamente todo o território nacional e o controle do vetor vem sendo insuficiente para reduzir as taxas de infecção. Estamos fechando o ano com recorde de óbitos. A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas, será um importante instrumento para controle dessa doença”, disse.
Ele também ressaltou que a Organização Mundial da Saúde recomenda a introdução da vacina contra dengue entre 6 e 16 anos de idade, que é a faixa etária mais exposta e mais vulnerável à doença. Ele disse que, dentro dessa faixa etária, já há outros imunizantes que podem ser associados à aplicação da vacina da dengue e otimizar os atendimentos nos hospitais.